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quinta-feira, 7 de março de 2019

Pedro de Alcântara - Um meninote de 15 anos governa o Brasil.


Dom Pedro II o Último Monarca sul-americano.
Dom Pedro II - Foto:  reprodução Google.

A prematuridade de Dom Pedro II pode ser tomada como exemplo.

Desde a infância, a austeridade marcou a vida de Pedro de Alcântara ( 1825- 1891), filho herdeiro do Imperador Pedro I e da Imperatriz Leopoldina, primeiros soberanos do Brasil independente.
Pedro de Alcântara viveu separado de seus pais, como era costume entra as famílias nobres. Quando tinha cinco anos, duras crises políticas fizeram seu pai abdicar do trono e exilar-se em Portugal.
A crise econômica que as campanhas da independência e as guerras externas haviam exacerbado, afeta a produção de açúcar, tabaco, algodão e couros, que faz a riqueza do país, fornecedor das potências industrializadas. Dessas indústrias continuamos a comprar produtos manufaturados, sem conseguir equilibrar a balança comercial com as nossas matérias primas.
Dom Pedro de Alcântara teria direito ao trono quando fizesse dezoito anos e deveria ser educado por homens ilustres: José Bonifácio foi nomeado seu tutor, e eram seus professores homens como Luiz Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, e Felix Émile Taunay, artista francês.
Enquanto o Imperador era menor o país deveria ser governado por Regências. A Câmara e o Senado dividiam- se entre políticos das facções que depois se aglutinariam nos futuros partidos Conservador e Liberal. Na verdade essas duas facções representavam uma mesma elite de fazendeiros, comerciantes, militares e profissionais liberais.
Durante dez anos anos, Pedro de Alcântara levantava--se às 7 horas em ponto e às 8 almoçava na presença do médico, que examinava a qualidade, quantidade e temperatura dos alimentos. Em seguida começavam as aulas.Ao meio dia ele "jantava"  assistido pelo médico, o camarista e a camareira, que deviam entreter conversação, que versasse sobre objetos científicos e de beneficência. A conversa se prolongava até às 16.30h no inverno, e até ás 17h no verão. Depois Pedro de Alcântara fazia passeios a cavalo.
Fonte: Enciclopédia Nosso Século (1900-1910)
Em 1840 a Regência atravessava sérias crises. O descontentamento com o acúmulo de impostos e com a política centralizadora, que negligenciava os interesses da província, gerou rebelões regionais, algumas delas de caráter separatista, como a Guerra dos Farrapos, no Rio Grande do Sul, que se prolongaria por dez anos ( 1835-1845). A elite perdera a confiança na Regência e essa se viu obrigada a antecipar a maioridade de Pedro de Alcântara, que contava então com 15 anos de idade. 
Começa, então, o Segundo Reinado. Aos poucos  a economia do Brasil fazia progressos, pois o café cultivado no sul tornava-se o principal produto de exportação do país suplantando as lavouras decadentes de cana e algodão.
Prudente e austero desde muito jovem Dom Pedro ll empenhou~se em conciliar os interesses da elite. Adepto de rígida disciplina perseguia os políticos acusados de “conduta moralmente irregular”
Considerava-se funcionário público número 1 do Brasil, cumprindo com zelo suas obrigações burocráticas. Nas horas vagas dedicava-se à leitura ganhando fama de erudito e protetor de artistas e intelectuais, correspondendo-se no exterior com personalidades importantes como Pasteur e Wagner.
Preferindo "governar e não reinar", Dom Pedro II amparou-se num regime parlamentar inspirado nos moldes ingleses. O imperador nomeava o Conselho de Ministros, e este escolhia o Ministério, compondo o Poder Executivo. Nas eleições, restringindo o direito de voto e recorrendo à fraude, as elites agrárias compunham a Câmara, que desempenhava - junto com o Senado vitalício -   o Poder  Legislativo. Quando havia divergência entre o Gabinete e a Câmara o Imperador dissolvia-os, exercendo o poder moderador.
Revezando gabinetes moderados de conservadores e liberais reinou por quase cinqüenta anos. A relativa estabilidade de seu governo só seria abalada na década de 1870, quando o país começou a sentir os efeitos da Guerra do Paraguai. Os seis anos de guerra aumentaram vertiginosamente a divida externa para com a Inglaterra fornecedora de armas e capitais para os combatentes. Preso a essa divida e corroído por crescente inflação, o Império brasileiro não teria mais real estabilidade econômica.

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