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quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

O lado positivo de 2016.

Não sejamos injustos com 2016, afinal o Brasil está sendo medicado. Uma presidente da república ineficiente foi deposta, prendeu-se grandes empresários corruptos e políticos ladrões do alto escalão da república; vários processos estão em andamento, inclusive o chefão já é réu; o povo foi para as ruas em massa mostrando que não estamos dormindo; máscaras caíram mostrando a face sórdida dos que fazem as leis, e etc.. Enfim, estamos tentando nos livrar de uma crise sem precedentes, que foi causada por aqueles que queriam transformar o Brasil  numa Venezuela. Porém, como  todo remédio tem seus efeitos colaterais, estamos sofrendo as dores das restrições, mas  há esperança de melhoras, que dão ânimo para seguir lutando, embora o tratamento seja demorado. A parte pesada ficou por conta das tragédias, e a violência urbana que ainda é grande, infelizmente. Mas coisas alegres também aconteceram, até a Seleção brasileira de futebol ganhou as Olimpíadas pela primeira vez, lembram? 

Os que devem achar que 2016 foi muito ruim são os esquerdopatas que viram tomadas de suas mãos seus projetos bolivarianos,
Acredito que a Lava Jato vai continuar combatendo a principal infecção que é a corrupção. Vamos torcer para que o sacrifício não seja em vão.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016





A DESTRUIÇÃO DE POMPÉIA

https://principedaliberdade.wordpress.com/2016/12/17/a-destruicao-de-pompeia/


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A erupção do Vesúvio, ocorrida no ano 79 d.C., foi o evento mais catastrófico da Antiguidade. O vulcão lançou uma nuvem de púmices, cinzas e gases a uma altura de mais de 32 quilômetros, na proporção de 1,5 milhões de toneladas por segundo liberando, no total, uma energia mecânica e térmica cinquenta mil vezes maior do que a do bomba atômica de Hiroshima. Como resultado, as cidades de PompéiaHerculano e Oplontis, junto com os povoados Murécine, Boscoreale e Terzinho foram varridos do mapa e qualquer forma de vida (humana, animal ou até vegetal) que se encontrava dentro da área delimitada pela linha vermelha na figura abaixo cessou de existir.
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As construções das cidades foram cobertas e completamente escondidas por várias camadas de púmices, piroclasto, lamas vulcânicas e cinzas, de um mínimo de 6 até 25-30 metros de altura e foram descobertas, por acaso, em 1.748, ano em que iniciaram as primeiras escavações.
Breve história de Pompéia
A cidade foi fundada por volta do VII séculos a.C. pelos Oscos, um povo da Itália central, no local onde situava-se um importante cruzamento entre CumasNola e Estábia. Em seguida, com a chegada dos Gregos, entre 780 e 770 a.C., Pompéia entrou na órbita dos povos helênicos. Em 524 a.C., chegam também os Etruscos que tomam o controle da área mas, a partir de 474 a.C., os Gregos se reapossaram da cidade. Em 89 a.C. Pompéia tornou-se a todos os efeitos uma cidade romana e um forte impulso à romanização foi dada pela ascensão ao poder do imperador Augusto em 27 a.C.
A base da economia da região era, antes de tudo a agricultura, principalmente no que diz respeito à produção de vinho de excelente qualidade, frutas e hortaliças. Em segundo lugar, Pompéia tornou-se famosa pelo garum e pelas suas salinas.
Dentro da cidade prosperava o comércio e o artesanato, com a presença comprovada de não menos de quinze padarias, umas pastelarias, dúzias de bares (popinae) e lanchonetes (cauponae). Não faltavam hotéis, lavanderias (fullonicae), ourives, ferreiros, um grande mercado (macellum), um porto, lojas e, naturalmente, uns prostíbulos (lupanare) frequentados por escravos e clientes de baixa renda. Muito dinheiro era gasto para os afrescos, e imagem abaixo mostra a reconstrução gráfica da parte central da belíssima “Casa do poeta trágico”.
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Seria oportuno, antes de prosseguir, responder a uma pergunta bastante lógica: por qual motivo uma antiga população itálica resolveu fundar Pompéia, e outras cidades menores, bem aos pés de um vulcão ativo? A resposta é que, na época, ninguém sabia que o Monte Vesuvius era um vulcão. É também importante esclarecer que o Vesuvius era algo de muito diferente do atual Vesúvio. Efetivamente naquela área existiu, desde épocas remotas, um vulcão que, ocasionalmente, entrava em erupção de forma apocalíptica e os cientistas registraram pelo menos cinco grandes eventos anteriores ao do ano 79 d.C. sendo, o mais dramático, a erupção de Avelino por volta de 1.800 a.C., que engolfou diversos povoados da Idade do Bronze.
Com o passar dos séculos as populações da região perderam a memória histórica do desastre e o próprio cone vulcânico sofreu um lento processo de erosão que o transformou num morro baixo e aparentemente inofensivo: o Vesuvius, encoberto de vegetação, frequentado por pastores, agricultores, caçadores e namorados. Em suma, um lugar ameno rico de vida e de fontes de água mineral. A imagem sucessiva mostra uma comparação entre o que pode ser visto hoje (à esquerda) e o que se via 2.000 anos atrás (à direita).
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Além da altura modesta, o que mais contribuía a mascarar a natureza mortífera do Vesuvius era a presença, em suas encostas, de bosques, campos e vinhedos que o tornavam indistinguível dos outros montes da região. No entanto, sabia-se que na parte central e mais alta do Vesuvius, despida de vegetação, havia pedras calcinadas, cavernas e fendas na rocha mostrando sinais de fogo.
O geografo grego Estrabão (63-24 a.C.) já havia intuído a verdadeira natureza do lugar, chegando à conclusão que o monte era um antigo vulcão extinto. Uma opinião, essa, compartilhada pelo historiador Diodoro Sículo (90-30 a.C.) o qual afirmou que o outeiro havia expelido lava, igual oEtna. Mesmo assim não podemos deplorar a atitude daqueles antigos habitantes, que nada sabiam de vulcanologia, principalmente se considerarmos que nem o naturalista Plínio, o Velho (23-79 d.C.), que conhecia a região, havia se dado conta do perigo.
Um recado sinistro
No dia 5 de fevereiro do ano 62 d.C. o Vesuvius entrega uma primeira sinistra advertência: Pompéia, Herculano e Estábia são atingidos por um terremoto de magnitude 5,2 na escala Richter que provoca danos ingentes e um número importante de vítimas. Esse, e os abalos sucessivos, todos relativamente superficiais, indicam que a lava contida na câmara magmática está lentamente subindo junto com gases que, penetrando nas rochas, as fraturam gerando ulteriores tremores. O enxame sísmico continua nas semanas seguintes e outros sismos, embora mais fracos, se repetem com frequência preocupante até o dia da erupção.
Uma primeira consequência dos terremotos repetidos é que muitas casas ficam danificadas obrigando seus proprietários, de regra ricos romanos, a largar a cidade. É um duro baque para a economia duma região que, ao mesmo tempo, deve lidar com a concorrência dos vinhos produzidos na Gália (atual França), de qualidade um pouco inferior mas também mais baratos. Mesmo assim os pompeianos respondem à crise incrementando suas atividades e procurando novos mercados para exportar seus produtos. Quem mais se esforça para a retomada são os numerosos libertos que, em breve, acumulam fortunas inimagináveis como, por exemplo, os dois irmãos Vettii, cuja bela mansão é uma das mais visitadas pelos turistas. Segue a foto:
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É útil esclarecer que, embora a economia da Antiga Roma necessitasse de escravos, suas condições eram bem diferentes daquelas impostas em outras sociedades escravocratas mais recentes como, por exemplo, os Estados Unidos ou o Brasil imperial. Com efeito, desconsiderando aqueles que trabalhavam nas minas ou nas fazendas, os escravos urbanos tinham a quase certeza de serem alforriados em algum momento de suas vidas. Era uma prática comum e vantajosa para as duas partes: para os donos, pois os seus servos tinham o incentivo para executar suas tarefas com afinco; para os escravos que, destarte, podiam subir na escada social e até adquirir a cidadania romana. Os libertos permaneciam ligados a seus antigos proprietários para os quais gerenciavam os negócios mais rentáveis. Só para ter uma idéia, cerca de 80% da população de Herculano era composta por libertos e os arquelogistas comprovaram que a alimentação dos escravos era tão rica e variada como aquela de seus donos.
Mas, voltando ao assunto, os arqueologistas afirmam que, da população anterior ao terremoto de 62 d.C. estimada em 20.000 habitantes, no dia da erupção havia, em Pompéia, entre 8.000 e 12.000 pessoas sendo, a cidade, um imenso canteiro de obras. Inclusive, na semana que antecede a erupção, devido à progressiva deformação da crosta terrestre, o aqueduto urbano para de funcionar e mais habitantes, desapontados pela falta de água, vão embora.
Os romances e os filmes que retratam uma cidade opulenta cujos habitantes lúbricos e devassos se abandonam ao vício e às orgias até os últimos dias, são pura invenção, assim como as pretensas perseguições à comunidade cristã que, por sinal, nem existia na época. De fato, os estudiosos conseguiram inferir apenas a presença de pequenos grupos de Judeus, relativamente abastados, e perfeitamente integrados na sociedade romana.
Herculano
Com seus 3 ou 4 mil habitantes, clima mite e paisagem encantadora, era considerada a pérola do golfo de Nápoles: uma cidade pequena, tranquila e requintada ideal para veranear longe do barulho e da animação de centros comerciais como Pompéia. Infelizmente Herculano ficava muito próxima às encostas do Vesuvius sendo limitada na frente pelo mar e, nos lados, por duas torrentes que, ao longo dos séculos haviam cavado na falésia dois fundos canais.
Atualmente, apenas um quarto da cidade foi explorado, o resto permanece sepulto debaixo de quase 30 metros de material vulcânico.
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A poucas centenas de metros de Herculano surgia a imponente Vila dos Papiros, uma mansão que pertenceu ao sogro de Júlio César. O nome deriva da descoberta, efetuada durante as escavações, de uma biblioteca com 1.785 rolos de papiro carbonizados. No entanto, usando a técnica da imagem multi-espectro, é possível ler os papiros queimados e sabe-se que, além da biblioteca em língua grega, já descoberta, existe outra ainda maior de textos em latim.
Nos anos ’70 do século passado, o magnata americano Paul Getty mandou construir a Malibu (Califórnia) uma réplica exata da Vila dos Papiros, atualmente utilizada como museu. Na foto, uma reconstrução do pátio da Vila dos Papiros.
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O Armagedom
Chega, enfim, a manhã do 24 de outubro do ano 79 d.C.
Enormes quantidades de água contidas no lençol freático localizado acima da câmara magmáticasão vaporizadas pelo calor do magma (mais de 1.000° C) que está subindo rapidamente. A imane pressão do vapor quebra as últimas camadas de rocha que separam a lava da superfície provocando estrondos que se parecem com tiros de artilharia pesada.
Os lavradores das fazendas espalhadas nas férteis encostas do Vesuvius interrompem as suas atividades e uns fogem, a cavalo, em direção de Pompéia. Enquanto isso, milhares de pompeianos assustados observam uma estranha nuvem acinzada que, descendo do cume do monte, espalha uma fina camada de cinza (pisólitos) nos declives do vulcão até o povoado de Terzinho.
Quando, em torno do meio-dia, se espalham as más notícias trazidas pelos fugitivos, a preocupação aumenta e, enquanto a maioria corre para casa, outros montam a cavalo tentando por em salvo amigos e parentes que moram ao norte de Pompéia, na direção do Vesuvius. Ninguém imagina que esse é apenas o começo de uma imane tragédia.
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Às 13 horas em ponto, com um estrondo terrificante, a crosta terrestre se racha e uma densa coluna de fumaça começa a subir com velocidade supersônica. O “bang” é ouvido a Herculano 18 segundos depois e a Pompéia, mais distante, em 24 segundos. Logo em seguida, somente um silêncio irreal e soturno, como se a morte estivesse prestes a entrar em ação; os habitantes ficam ainda mais estarrecidos quando reparam que rochas enormes são projetadas para fora da coluna e começam a atingir não apenas as vertentes do Vesuvius, mas se espalham também nos arredores chegando a cair no meio do mar onde levantam imensas colunas de água.
Vários colonos de Terzinho estão entre as vítimas dessa chuva de rochedos, e outras são registradas a Herculano, que dista apenas seis quilômetros da coluna eruptiva. Para os herculanenses não há muitas opções, pois existe uma única estrada, já danificada pelos primeiros deslizamentos, que leva a Nápoles (norte) ou a Pompéia (sul). Uns poucos afoitos que podem cavalgar vão para o norte, mas a maioria, preferindo não correr riscos excessivos, resolve permanecer na cidade, de preferência perto da praia onde, teoricamente, seria possível um resgate pelo mar. Eles não sabem que as tentativas de socorro atuadas pelo almirante Plínio, o Velho, não irão dar certo devido o mar estar proceloso, a escuridão, o vento contra e até um bradissismo que, levantando o fundo do mar, impede às trirremes de Plínio de se aproximarem ao litoral.
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Em menos de 30 minutos a coluna alcança uma altura de 14 quilômetros e dela inicia a cair uma chuva de pequenas pedras de púmice que, sob a ação do vento, atinge todas as áreas ao sul doVesuvius, como mostrado no mapa acima. Embora essas pedrinhas sejam inofensivas, a camada nas ruas e nos telhados de Pompéia não pára de aumentar dificultando qualquer tentativa de abandonar a cidade. Inclusive, para piorar a situação, misturadas com as púmices estão pedras mais pesadas (piroclastos) que podem esmagar a cabeça dos transeuntes e já se contabilizam as primeiras vítimas.
Por volta das 14:30 a queda dos piroclastos diminui bastante mas, em contrapartida, o ar fica saturado de cinzas vulcânicas. São finas, irritantes e reduzem a zero a visibilidade, igual um forte nevoeiro. Os olhos ardem e a respiração se torna difícil: melhora um pouco pondo um pano úmido diante do nariz e da boca. Não é difícil imaginar qual pode ter sido o efeito da cinza sobre crianças e idosos…
Um dilema dilacera os pompeianos: ficar em casa aguardando que a situação melhore ou fugir? Correr o risco de perder os bens ou correr o risco de perder a vida? Por outro lado não é nada fácil caminhar sobre uma camada de pedregulhos e cinzas de meio metro de altura, quase no escuro e tendo que carregar os pais ou os filhos pequenos.
Os cientistas que pesquisam a dinâmica da erupção chegaram à conclusão que os cidadãos de Pompéia tiveram duas, no máximo três horas para escolher entre a vida e a morte. Quem se afastou rapidamente teve boas chances de sobreviver, os outros ficaram presos numa armadilha mortal. Infelizmente parece que a maioria ficou titubeando além do limite máximo e, quando enfim procurou um escape, já não havia mais saída.
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Os que optaram pela fuga tiveram que escolher a direção mais oportuna. Obviamente, acreditamos, ninguém foi na direção de Herculano, localizada no sopé do vulcão, e a grande maioria pegou a estrada que leva a Nocera, situada além do rio Sarno ou, em alternativa, desceu na direção de Estábia. O grande problema era representado pelo atravessamento do rio Sarno cujas águas haviam se tornado impetuosas e lamacentas em razão da grande quantidade de chuva de origem vulcânica. A ponte mais ao leste (no mapa, traço azul mais à direita), embora feita de pedras e tijolos, não aguentou a correnteza violenta e ruiu em poucas horas. A outra, de madeira (traço azul mais à esquerda), perto de Murécine, resistiu um pouco mais, mas enfim desabou deixando centenas de pessoas bloqueadas ao norte do rio. Aqueles que conseguiram transpor o Sarno se salvaram, ou outros pereceram.
Na verdade houve também outra possibilidade, ou seja, rumar para o norte ladeando a margem direita do rio Sarno e dando uma longa volta em torno do vulcão até alcançar a cidade de Nola: uma viagem terrível e perigosa. Não sabemos quantos conseguiram nessa empresa desesperada…
Dentro da cidade, em torno das 17 horas, a camada de púmice já se aproxima a um metro. Como um metro cúbico de púmice pesa meia tonelada, os telhados principiam a desabar matando, aos poucos, todos aqueles que haviam preferido se abrigar nas casas ou nos edifícios públicos (394 vítimas). É oportuno lembrar que os antigos pompeianos nunca tinham visto antes uma erupção e achavam que o fenômeno podia se resolver em poucas horas sem graves consequências.
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O fim de Herculano
Naquelas mesmas horas os habitantes de Herculano vivem um drama parecido com o dos vizinhos pompeianos. De um lado não são castigados pela chuva de púmices mas, pelo outro, a ponte que permite o atravessamento do canal ao norte da cidade já foi levada pela violenta torrente de lama vulcânica. Só lhes resta esperar o socorro de embarcações militares (que nunca chegarão) ou aguardar o fim da erupção.
Mas a câmara do Vesuvius, não mais alimentada pelas águas do lençol, passa da fase freática à fase puramente magmática. Sem entrar em detalhes geoquímicos, isso significa que a coluna, agora de 26 quilômetros de altura, se torna mais pesada: consequentemente colapsa e recai ao longo dos declives do Vesuvius.
Assim, poucos minutos apóis a meia-noite, é gerado o primeiro Surge (um tipo de fluxo menos denso e mais turbolento que o piroclástico), denominado Surge 1 que varre Herculano em menos de trinta segundos; o Surge 1 atinge também os povoados Terzinho e Boscoreale, e a cidadezinha de Oplontis com uma velocidade de mais de 100 Km/h e temperatura interna de 500-600° C. Ninguém se salva.
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Em vão os habitantes de Herculano haviam procurado abrigo nos fórnices onde, de noite, os pescadores resguardavam seus barcos. Apesar de serem estruturas com espessas paredes de pedra, os gases incandescentes carbonizam todos em poucos segundos: o sangue e a água das células evaporam instantaneamente. A temperatura é tão alta que, em alguns casos, o cérebro das vítimas ferve e o crânio explode. A posição dos esqueletos mostra que as vítimas tiveram morte súbita.
Para ter uma idéia da tragédia, basta lembrar as consequências da erupção de 1.902 do Monte Pelée, situado no norte da ilha Martinica, nas Antilhas Menores onde o fluxo piroclástico destruiu totalmente a cidade de Saint-Pierre, matando quase instantaneamente, 30-40 mil pessoas e deixando apenas dois sobreviventes.
Apesar de tantos óbitos, os prédios de Herculano ficam quase intactos, mas por pouco tempo. Logo a cidade é atingida por uma sequência de fluxos piroclásticos muito mais densos e destrutivos que o primeiro. Como resultado final, a costa avança de bem 400 metros no mar e a cidade é sepultada por uma camada de 30 metros de lama vulcânica, sumindo literalmente do mapa por mais de 1.700 anos.
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Sempre durante a noite a coluna eruptiva chega à sua altura máxima de 32 quilômetros e um enésimo colapso produz o que os vulcanologistas chamam de Surge 2. Os gases incandescentes voltam a atingir Terzinho onde, porém, encontram apenas cadáveres.
Noite de terror
Ninguém dorme a Pompéia. A camada de púmices já ultrapassa 2,5 metros de altura e os telhados continuam ruindo. Uns escravos sobem nos telhados tentando empurrar a púmice para baixo, mas sem sucesso. Outras pessoas se escondem nos recantos mais íntimos de suas habitações mas, além dos telhados, o peso excessivo provoca o desabamento dos tetos e muitos são soterrados vivos. Os que moram em casas grandes devem também barrar o portão para impedir que os cômodos sejam invadidos pelas pedras. É uma luta sem esperança travada na escuridão, entre contínuos abalos sísmicos e cinzas finas que dificultam a respiração. Finalmente, quando o dia amanhece, a chuva de pedras ameniza e a maioria dos sobreviventes aproveita para sair de seus refúgios e rumar para os bairros meridionais tentando se afastar o mais possível do Vesuvius e da cidade. Eles não sabem que ambas as pontes sobre o rio Sarno já não existem mais.
Na luz incerta do alvorecer, a coluna de gases colapsa mais uma vez formando outro fluxo piroclástico, o Surge 3, que avança na direção de Pompéia; igual um tsunami desliza em silêncio até o lado norte da cidade onde, de súbito, pára. Mesmo assim, muitas pessoas que moram nas casas além da muralha setentrional são carbonizadas.
Às 7 horas a chuva de púmices termina e outros sobreviventes tentam alcançar o porto de Pompéia caminhando com extrema dificuldade sobre uma camada de quase três metros de material eruptivo. De repente são surpreendidos pelo Surge 4, uma nuvem de cinzas e gases corrosivos com temperatura de 200° C que viaja, silenciosamente, a 80 Km/h. Esse quarto Surge derruba a maioria das paredes dos andares que, desprotegidos, se erguem acima da camada de púmices. Quanto às pessoas, elas experimentam uma morte horrível, ainda pior que os herculanenses pois, dessa vez, não é instantânea.
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Meia hora depois é a vez do Surge 5, ainda mais denso e destrutivo que o anterior: se alguém, por milagre, ainda está vivo, agora não terá chances! Mas mesmo que alguém, escondido num porão profundo, tivesse sobrevivido, como teria conseguido, sem equipamentos, sozinho, no escuro e sem ar remover uma camada de vários metros de altura?
Enfim, às 8 horas, é a vez do Surge 6, o último e o mais apocalíptico de todos: a sua energia é tamanha que vai além de Pompéia alcançando a ilha de Capri e as cidades de Miseno e Estábia. Nessa última cidade, entre as vítimas está Plínio, o Velho que, como almirante da frota, havia tentado em vão realizar a evacuação.
A imagem seguinte mostra as camadas deixadas, em Oplontis (bem próxima de Pompéia), pelas chuvas de púmice (P1 e P2) e pelos últimos quatro Surges (S3, S4, S5 e S6). Só a camada P1+P2 mede três metros.
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Quantas vítimas?
Durante as escavações os arqueologistas encontraram, nas áreas atingidas pela erupção, as ossadas de 1.500 pessoas, mas é difícil acreditar que a tragédia tenha sido tão limitada. Faltam, por exemplo, os cadáveres achados durante as primeiras rudimentais escavações do XVIII século. Muitos fugitivos morreram afogados: no mar, enquanto tentavam se afastar em embarcações pesqueiras; na tentativa de atravessar a nado as águas buliçosas do rio Sarno. Outros, principalmente a Herculano, devem ter sido lançados ao mar pela violência das nuvens piroclásticas. Outros se encontram na parte de Pompéia (cerca um terço da cidade) que ainda não foi explorada ou nos campos fora da cidade. Sem contar as 150 fazendas localizadas nas encostas do vulcão e nas quais trabalhavam várias centenas de escravos. Estimativas, puramente teóricas, apontam para um total de 15-20 mil vítimas, mas nunca saberemos ao certo.
Poucos dias depois da tragédia, o imperador Tito visita os lugares do desastre, mas nada pode fazer se não recuperar, mandando escavar no foro de Pompéia, estátuas, mármores e os arquivos do cadastro municipal. Nos séculos seguintes outras erupções do Vesúvio irão esconder ainda mais os restos da cidade cujo nome será, por fim, esquecido por mais de dezesseis séculos.
O que para milhares de pessoas foi uma hecatombe sem precedentes, transformou-se numa sorte inesperada par os estudiosos de história romana. Para eles, a erupção foi um evento providencial que conservou um retrato tridimensional da vida romana do I século. Com efeito, muito do que sabemos sobre a vida cotidiana no Império Romano deriva não tanto do material escrito, mas das escavações de Pompéia e Herculano; o estudo da edilícia, da arte, da pintura e de muitas outras atividades seriam impossíveis sem a destruição de Pompéia.
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BIBLIOGRAFIA
Alberto Angela. I Tre Giorni di PompeiRizzoli, Milão (2014).
Lisetta Giacomelli et al. The euption of Vesuvius of 79 AD and its impact on human environment in Pompei.Episodes, Vol. 3 (2003).
Jean De Lavigny. Anarchia e Restaurazione. Edizioni Ferni, Ginevra (1973).
Wikipedia (em italiano, inglês e português).

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

Está faltando juventude nos protestos de rua

No domingo, dia 4, as ruas do Brasil foram tomadas por manifestações em protesto contra os desmandos que levou o país a essa situação crítica, sem precedente, que estamos vivenciado e que nos deixa temerosos quanto ao futuro da nossa juventude. Juventude esta que lota as plateias em shows, como este do Festival de Verão, que aconteceu domingo, 11 de dezembro, em Salvador, ao ritmo da música sertaneja, tomando o lugar do axé baiano. Nada contra a energia irradiante cantada, que vem das vozes dos jovens na platéia, fazendo coro com os cantores no palco. Mas seria muito bom se essas mesmas vozes pudessem ser ouvidas nas ruas para protestar contra a falência da educação no Brasil, que compromete de forma desastrosa o futuro dessa geração. Infelizmente os jovens de hoje, na sua maioria, está deixando esta incumbência para os mais velhos, pais e avós, que estão indo para as ruas gritar em prol do futuro de seus filhos e netos.

domingo, 11 de dezembro de 2016

Apelidos bizarros e cinismo dos corruptos.


Os últimos acontecimentos no cotidiano brasileiro têm posto à prova nossos mais profundos sentimentos, da indignação à emoção de pesar, passando também pelo riso. Mal saímos de um e já estamos em outro, de naturezas completamente opostas. Ao mesmo tempo que lamentamos com tristeza perdas de vidas em desastres naturais e aéreos, sentimos ascos  das notícias de falcatruas, roubos e safadezas desses políticos e empresários, que se dão ao direito até de por apelidos bizarros nos envolvidos nas suas relações fraudulentas, demonstrando com isso o quanto são cínicos e desrespeitosos. Apelidos esses que nos fazem rir:
"A Feia", senadora Lídice da Mata;
 "Decrépito", deputado Paes Landim;
 "Velhinho" Dorneles, Vice-Governador do Rio; 
" Caranguejo" Eduardo Cunha;
"Drácula" Humberto Costa senador do PT; 
"Justiça", Renan Calheiros;
"Misericórdia" Antonio Brito deputado Federal;
"Candomblé vereador pela Bahia "Edvaldo Brito;
"Boca Mole" Heráclito Fortis deputado federal;
"Gripado" Agrepino Maia,senador;
"Ferrari" Delcídio Amaral;
"Angorá" Moreira Franco;
"Pólo" Jaques Wagner;
"Helicóptero"Ciro Nogueira senador;
"Babel" Gedel Vieira Lima.
"Missa" , J.Carlos Aleluia, deputado federal.
"Caju" Romero Jucá senador
Vamos aguardar os próximos.

sábado, 3 de dezembro de 2016

Quem sabe a solução do mundo não passa mesmo pelo Futebol?

Não quero criticar aqui, como estão fazendo alguns, a espetacularização da mídia brasileira nesse triste episódio Chapecoense , pois devemos respeitar a dor das famílias nesse momento. Mas cabe uma pergunta: e quando o velório passar? Quem vai assumir a culpa dessa tragédia? Ou será que a vítima, no caso o piloto, será o único culpado? Esperamos que o governo da Bolívia, os donos da companhia aérea e os dirigentes da Chapecoense se manifestem. Nem tanto pela indenização, porque não há dinheiro que pague ou apague essa tragédia na vida dos familiares das vítimas,  mas para esclarecer o que realmente aconteceu e quais são os responsáveis pela liberação do vôo, já que estão falando em pane seca, ou seja, falta de reserva de combustível. 
Por enquanto só temos uma certeza, a de que a força do futebol, apesar de disputas entre os times, está demostrando que é capaz de unir torcedores de todo mundo num momento de perda, haja vista as manifestações de pesar em várias línguas no velório em Chapecó. Coisa que não acontece em outros setores, como a política e religião, cujo fanatismo só separam os povos.  Quem sabe a solução do mundo não passa mesmo pelo Futebol?

sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

A Colômbia surpreendeu o mundo,

A Colômbia surpreendeu o mundo, mostrando através da força do futebol, que é possível, sim, a solidariedade entre os povos. A homenagem que este país fez ao time brasileiro vítima da queda do avião em Mendellin, superou tudo que já se viu em termos de solidariedade e emoção demonstrada por um povo a outro. Essa linda homenagem, que superlotou o Estádio de Futebol Atanasio Girardot de Medellin, feita com perfeição, após a tragédia que ceifou as vidas dos jogadores do Chapecoense, calou a voz dos brasileiros. Se o brasileiro era tido como um povo solidário, hoje perdeu para os colombianos. Um país que há 52 anos enfrenta guerrilhas, uniu milhares de torcedores do Atlético Nacional, num mesmo sentimento de dor, para lamentar a perda trágica de um time rival. Com exceção de alguns jogadores brasileiros e jornalistas que choraram a perda de seus colegas, não vi por parte das autoridades e meios esportivos uma manifestação à altura da tragédia que resultou na perda de mais de setenta pessoas no auge de seus sonhos. Ao invés disso, indiferente ao momento, os deputados não suspenderam a sessão, e na calada da noite aprovaram medidas que os protegem das suas irregularidades.


Os prefeitos de Chapecó, Luciano Buligon, e de Medellín, Federico Gutiérrez.
(Foto: Reprodução/ YouTube/ Telemedellín+)

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Melhor seria terminar em maionese que em pizza.


Se a nossa esquerda política não fosse tão irascível, talvez pudéssemos fazer do Brasil uma deliciosa maionese. Explico: na confecção da maionese temos dois elementos que quimicamente são inimigos, porque não se misturam,  a água, e o óleo. Porém, a gema do ovo, mais específicamente sua molécula, a lecitina, funciona como conciliador, que permite não a mistura, mas a boa convivência entre os dois elementos. De um lado ela adere ao óleo e do outro se junta à água. Sem a gema não há entendimento entre a água e o óleo nessa receita, muito menos maionese. Quem é o óleo, e quem é a água do limão, nessa política atual, eu não sei, mas, se puder dar um conselho ao presidente, direi: seja uma boa gema. 

Veja aqui a química básica da maionese. 

Gema de ovo tem (50% água) Suco de limão tem (90% de água) Óleo de cozinha,
3 colheres de chá de água . 
Vá acrescentando o óleo aos poucos, batendo a gema com o suco do limão.
Cuidado que a gema tem de ser confiável, senão desanda. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Ainda bem que Brasil não é uma Ilha

Nem a tecnologia em 3D é capaz de fazer o homem enxergar o outro por trás de suas máscaras, que são muitas. Daí a importância de se ter cuidados ao lidar com o seu semelhante e, mais ainda, escolher um líder. A história está cheia de exemplos do quanto é perigoso idolatrar figuras carismáticas que através de seus discursos, de seus sorrisos, escondem as suas verdadeiras intenções. Desde os primórdios o ser humano tem essa necessidade de criar mitos, algo que esteja acima dele, para se sentir protegido e justificar sua existência no mundo. Fica mais fácil viver acreditando num Deus, que criou tudo e a todos protege. Mas em se tratando do seu semelhante a idolatria pode trazer grandes decepções e até mesmo catástrofes. Não existe justificativa nenhuma em exterminar seres humanos em nome de uma ideologia, muitas vezes utópica, como essa de igualar uma sociedade através de crenças religiosas, políticas ou raciais, desprezando as diferenças pessoais e desrespeitando os direitos sociais de um povo. Ninguém é obrigado a aceitar viver sob a maestria de alguém que põe os seus próprios interesses e vaidade  acima de tudo e de todos, simplesmente por desejo de poder. 


No caso de Cuba, ao meu ver,  não há mérito nenhum para um  governante que se perpetuou no poder e deixou como saldo centenas de pessoas assassinadas, outras expulsas de seu país, por discordarem de seus ditames, e um povo empobrecido, que fica  vendo seus desejos reprimidos, tendo que usar de artifícios muitas vezes constrangedores, para poder sobreviver no seu dia a dia, enquanto seu ditador era o sétimo mandatário mais endinheirado do mundo, segundo a revista FORBES. E fico perplexa de ver pessoas, que se dizem esclarecidas, políticos ou não, enaltecerem o líder Fidel Castro, agora morto, por seus feitos "positivos". Que feitos? De que adiantou zerar  o analfabetismo se o povo não tem direito a opinar, de expressar seu pensamento? E a tal melhoria da medicina? Como vivem os médicos na Ilha  Castrista? Por que eles preferem exercer sua profissão em outros países? O mérito de Fidel  está no fato dele ter renunciado em 2011e reconhecer que o Socialismo precisa ser revisto,  que houve equívocos, dando oportunidade ao seu sucessor de retificar os erros, como tem procurado fazer o seu irmão Raul Castro, aliando-se ao seu arque-inimigo e invejado Estados Unidos da América. Espero que o sucessor realize as reformas que o povo cubano almeja.

terça-feira, 22 de novembro de 2016

"A única defesa da Lava Jato é a sociedade"


Deltan Dallagnol, além de ser entrevistado pelo Estadão, foi entrevistado também pela TV Folha.
Ele comentou o projeto de anistia do caixa dois:
"Muitas pessoas que estão sendo investigadas são as pessoas que fazem a lei, e elas podem mudar a lei para nos atacar e mudar a lei para se proteger".
E explicou o motivo de tantas entrevistas:
"Nós procuradores da Lava Jato não temos poder econômico, não temos poder político. A nossa única defesa, o escudo que defende a Lava Jato é a sociedade".

E se o Brasil fosse um remédio?





Se o Brasil fosse um remédio sua fabricação já teria sido proibida devido ao mal que seus efeitos colaterais têm causado: ódio, desconfiança, medo, insegurança, intolerância, nervosismo, fuga, vergonha, fobias, tristeza, pânico, desesperança, estresse, depressão. Além de homicídios ( são 57 mil assassinatos por ano) e suicídios,(o Brasil é o oitavo país em número de suicídios, 12 mil casos ao ano, hoje em dia mata mais que o HIV).
Mas o Brasil não é remédio, é uma droga lícita que acostuma.

domingo, 6 de novembro de 2016

LER: DIREITO DE TODOS - UBESC União Baiana de Escritores


Livros com preços especiais, sessão de autógrafos e um espaço de cultura e lazer, preparado especialmente para debater a importância da leitura. 

A União Baiana de Escritores (UBESC) participa do VII edição do seminário, LER: DIREITO DE TODOS, realizado pela Rede de Bibliotecas Comunitárias de Salvador (RBCS), que acontece no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador, na Praça Thomé de Souza, nos dias 8 e 9 de novembro. A programação, que pode ser acessada no blog: http://seminariorbcs.blogspot.com.br/, na terça-feira (8), ocorrerá das 14h às 17h30 e na quarta (9), das 8h às 17h30.
Para o seminário, a UBESC fará uma exposição da Revista Òmnira e de livros de autores baianos como Roberto Leal, Valdeck Almeida de Jesus; Morgana Gazel, Germano Machado, Manoel Porto Lima, Palmira Heine, Carlos Souza Yeshua, Terezinha Passos, entre muitos outros. A poesia cria asas, do Grupo Ágape e livros e revistas do Movimento Cultural Artpoesia também estarão à disposição dos leitores. 
O VII seminário “Ler: Direito de todos” tem por finalidades discutir políticas públicas do livro, da leitura e da biblioteca no município, ampliar a visibilidade das ações desenvolvidas pelas Bibliotecas Comunitárias articuladas em Rede, agregar parceiros para fortalecer a luta por uma Política Pública do Livro, da Leitura e da Biblioteca para a cidade de Salvador.
O evento é promovido pela Rede de Bibliotecas Comunitárias de Salvador (RBCS), responsável por articular 14 Bibliotecas Comunitárias sediadas em diferentes bairros da capital baiana, voltadas para a democratização do acesso ao livro e à formação de leitores.

SERVIÇO:
O quê: VII seminário Ler: direito de todos
Onde: Centro de Cultura da Câmara Municipal de Vereadores de Salvador (Praça Tomé de Souza s/n, centro) - Salvador / BA.
Quando: Dia 08/11 das 14h ás 17h30 e dia 09/11, das 8h ás 17h30.
Inscrições: Gratuitas - http://seminariorbcs.blogspot.com.br/
Informações: 71 98600-2365 


Poema Brasil

Foto divulgação - Google
 Brasil
                   
Berço esplêndido assaltado
Por menores armados
Onde filhos teus fogem à luta
E sucumbem na labuta
Apagando um sonho intenso
E um raio vívido
De um futuro que já não espelha
Tua  grandeza de amor e esperança
Em teus campos que não têm mais flores
Esmagados por tratores

Darcy Brito
                      http://www.recantodasletras.com.br/




Conheça casas de Salvador que chamam atenção por sua arquitetura marcante

Fonte: Reprodução: Correio 24h

Se você já passou pela orla da Ribeira, com certeza viu um casarão com gradil de ferro e deve ter admirado. O que talvez não saiba é que a mansão se chama Solar Amado Bahia, pertenceu à família de mesmo nome e foi inaugurada em 1904. Essa é apenas uma das construções espalhadas pela cidade que se destacam, seja pela imponência, pela riqueza arquitetônica ou pelo valor histórico.
O BAZAR foi atrás das histórias de algumas dessas casas e mostra de exemplares centenários a mais recentes. Além da residência do Coronel Amado Bahia, tem a morada do jornalista Odorico Tavares na Barra, o Restaurante Coati, na Ladeira da Misericórdia, e uma casa no condomínio Alphaville, exemplo da arquitetura contemporânea. Pode entrar, a casa é sua.
 O Solar Amado Bahia é sede da Associação de Empregados do Comércio da Bahia, que colocou o prédio para aluguel (Foto: Arquivo CORREIO)
Solar Amado Bahia
História
O casarão na Ribeira foi inaugurado em 1904 para o casamento de duas filhas de Francisco Amado Bahia, comerciante de carnes que viveu lá com sua família até morrer, em 1924.
Construção
A casa é envolvida em ferro fundido, importado da Inglaterra. Os vidros das portas e janelas são franceses, estilo art noveau. O pé direito é de 4 metros, a planta é colonial e a casa tem um falso porão que serve de respirador, impedindo infiltração. As paredes e o teto são pintados à mão. Em algumas foi usada uma técnica conhecida como escaiola, que imita mármore. “Ela foi a primeira casa a ter luz de carbureto no estado, numa época em que não havia eletricidade”, destaca a graduanda em Arquitetura Karine Mamona Queiroz, que estuda a mansão.
Doação
Em 1949, o Solar foi doado à Associação de Empregados do Comércio da Bahia, que funciona lá. O prédio e seu mobiliário foram tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Aluguel: cerca de R$ 20 mil.
Assinado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi, em argamassa armada, o complexo foi parte de um projeto de revitalização do Centro Histórico (Foto: Angeluci Figueiredo)
Restaurante Coati
História
Construído em 1987, com projeto da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, a convite do então prefeito Mário Kertész, como parte de um projeto de revitalização do Centro Histórico. É gerido pela Fundação Gregório de Matos.
Arquitetura
Se destaca pelo uso de argamassa armada, feita por Lelé, arquiteto da Rede Sarah e das secretarias do CAB. “O desenho é diferenciado. Linhas orgânicas envolvem uma árvore e as janelas são buracos”, conta Renato Anelli, diretor do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi.
Atualmente
Rola uma ocupação artística. “O projeto busca encontrar locais interessantes e em desuso”, diz Mayra Lins, uma das curadoras. Há exposição, palestras e oficinas até a primeira semana de junho, de terça a domingo, das 15h às 19h.
A construção de Diógenes Rebouças sobrevive em meio aos prédios que ocupam o Morro do Ipiranga, na Barra (Foto: Angeluci Figueiredo)
Casa de Odorico
História
Construída em 1956, tem projeto do arquiteto Diógenes Rebouças e serviu de moradia para o jornalista e colecionador de artes Odorico Tavares.
Arquitetura
Fica no Morro do Ipiranga, na Barra, região onde morava a elite baiana nos anos 1950. Tem fachada simples e cresce para baixo em três pavimentos por estar em região de declive. “Apresenta venezianas de madeira e pastilhas, o que era comum na década e faz referência à arquitetura colonial, com uso de telha cerâmica”, explica Nivaldo Andrade, professor da faculdade de  Arquitetura da Ufba. A sala principal tem pé direito duplo.
Situação
A casa ainda pertence à família e a região é ocupada por condomínios de prédios de apartamentos.
A excêntrica Casa Fusão foi  inspirada em uma escultura e revela a ideia da arquitetura moderna de tentar quebrar com o rigor (Foto: Nivaldo Andrade/Divulgação)
Casa Fusão
História
A casa foi concluída em 2010 e tem esse nome por ser inspirada em uma escultura. “É um elemento que atravessa outro elemento”, diz Nivaldo sobre o conceito.
Arquitetura
“Ela chama atenção por sua singularidade. De ortogonal (ângulos retos) ela não tem nada. Tem caixas tortas, janelas recortadas de forma irregular e algumas partes em balanço (sem apoio)”, explica. A arquiteta Naia Alban, responsável pelo projeto, usou no acabamento materiais como pedra, concreto, aço, madeira e porcelanato.
Quebra
Nivaldo conta que a construção reflete o momento da arquitetura. “Desde os anos 1980, há uma crítica ao rigor e se busca a ironia e a pluralidade”, finaliza.

Reprodução: Correio 24h

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