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terça-feira, 23 de outubro de 2012

CIBERESPAÇO - O MUNDO ESTÁ CADA VEZ MENOR

celular, amplia a mobilização popular (Foto google)
 Os espaços das mídias sociais estão estimulando, com sua facilidade em promover a rápida comunicação, a transformação e ampliação da mobilização popular. Os protestos se espalham com rapidez de segundos através da internet, principalmente depois do uso do celular com esse recurso. Foi assim que na Tunísia e em outros países árabes, a manifestação popular tomou corpo. Na Tunísia, em dezembro de 2010, jovens da cidade iniciaram um protesto contra o sistema político e econômico, vigente no país por mais de duas décadas, após ouvir e ler sobre o episódio que levou um vendedor ambulante a atear fogo sobre o corpo por ter tido sua mercadoria apreendida por policiais. Mensagens em blogues, Facebook, Twitter logo invadiram os espaços virtuais da cidade de Sidi Bouzid, a 200km de Tunis,capital do país, onde o ambulante   vendia frutas e morreu 18 dias depois da autoimolação. Em menos de 40 dias o movimento levou à derrubada do presidente Ben Ali, há 23 anos no poder. Os manifestantes enviaram e receberam mensagens de apoio e solidariedade de organizações do mundo todo. Organizaram passeatas, queimaram carros, derrubaram bandeiras usando recursos do  ciberespaço tornando viável o movimento, através do uso dos celulares com acesso à internet, que também facilitou a fuga da repressão oficial. Tudo isso em tempo real.
Também em Brasília, em 7 de setembro de 2001, um protesto organizado usando exclusivamente o Facebook levou mais de vinte mil pessoas à protestarem nas ruas contra os escândalos políticos e pedir  a cassação da deputada Jaqueline Roriz. Estes são alguns dos exemplos que com certeza irão se repetir nesta sociedade em que vivemos, onde o acesso às informações, inclusive as confidenciais de governos, via WikiLeaks, podem se tornar corriqueiras e até mesmo assustadoras em alguns casos.
Apesar da tentativa de repressão à imprensa, vimos que o julgamento do mensalão em Brasília pode ser acompanhado, não só pela televisão como pela internet, e o assunto foi amplamente abordado no Facebook e Twitter. E isto com certeza mudou a face da política brasileira, com o resultado em condenação da maioria dos envolvidos no escândalo do uso de dinheiro público em prol do crime de corrupção, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha.
Infelizmente nem tudo é positivo no mundo virtual. Há também o lado ameaçador que expõe as pessoas a perigos, como já constatamos através de noticiários. O segredo é saber usar este meio com cautela e inteligência.

sábado, 13 de outubro de 2012

VACINA CONTRA O VÍRUS HPV PARA MENINOS

   Vamos vacinar homens contra HPV 

Esta é a opinião da pesquisadora Margaret Stanley, do Departamento de Patologia da Universidade de Cambridge (Reino Unido), que faz um apelo na revista Nature, (30/8/2012,p.S10) a favor da vacinação de garotos contra o vírus HPV (papilomavirus humano). Ela diz que não é justo ter uma política de saúde pública em que os homens têm que contar com a imunidade em massa das mulheres, a qual demorará ainda décadas para se manifestar. Ressalta que os casos de câncer associados a esse vírus já são comparáveis entre homens e mulheres nos países desenvolvidos. Mas só há rastreamento do HPV relacionado ao câncer cervical (de colo de útero). E muitos países só praticam imunização em mulheres. A cientista enfatiza que o HPV só é pensado como problema feminino, e não é. 
De acordo com os números citados pela cientista, por exemplo na Europa,  os casos anuais citados são: câncer de pênis(1.090); câncer de vulva e vaginal (3.850); cervical (23.250); anal (1.700 homens; 2.930 mulheres). Verrugas genitais, também causado pelo HPV: 325.700 homens; 289.000 mulheres. Mas é em outra consequência do HPV que os argumentos de Satanley é reforçado: câncer de pescoço e cabeça (12.700 homens; 2.539 mulheres. E de amígdala, língua, laringe. Principal fator de risco: sexo oral.
Os números de casos de carcinoma anal (tipo raro de câncer) estão aumentando nos Estados Unidos entre homens de 20 a 49 anos. Os casos de câncer de pescoço e cabeça têm crescido de forma dramática, e, se não houver prevenção, irão ultrapassar os de câncer cervical em 10 anos. O artigo informa que apenas os Estados Unidos, o Canadá,  e Austrália recomendam a vacinação de meninos. Na Austrália, no ano que vem, garotos de 12 e 13 anos serão vacinados em massa. No Brasil, há vacina aprovada pela Anvisa, que recomenda que homens dos 9 aos 26 anos sejam vacinados. Mas a rede pública ainda não oferece e o custo das três doses fica em torno de R$1000,00. O Senado aprovou, mês passado, o projeto que permite que mulheres com 9 a 40 anos - com ênfase nas até 13 anos- sejam vacinadas pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Mas ainda precisa ser discutido na Câmara dos Deputados e enviado para aprovação pela presidenta.
Finalizando seu apelo, Margaret Stanley diz: "Vamos começar a vacinação de homens agora mesmo".

Nota: Segundo a Organização Mundial de Saúde, há hoje no mundo cerca de 600 milhões de pessoas infectadas pelo vírus HPV. O uso do preservativo é importante mas ele barra o vírus em apenas 70% a 80% dos casos.
(Este é um resumo de um artigo publicado na revista Ciencia Hoje,nº297, de Outubro de 2012)
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

DIABETES 3 E ALZHEIMER

Uma reportagem publicada na conceituada revista britânica New Scientist, em setembro, mostra que estudos feitos nos últimos anos sobre neurodegeneração com perda de memória, evidencia uma relação do Alzheimer com dieta rica em açúcar e gorduras ruins, que causa um tipo de diabetes já denominada de diabetes tipo 3, para diferenciá-la da 1 (autoimune) e a 2 ( relacionada com obesidade). Diz a reportagem: "ao se entupir de comida lixo ( rica em gorduras ruins e açúcares) você não só está ganhando peso a mais como também envenenando seu cérebro, dando condições propícias para a instalação da doença de Alzheimer, que infelizmente não tem cura".Sabemos que em vários países a obesidade já é epidêmica, trazendo como consequência a diabetes tipo 2 . Estudos mostram que portadores deste quadro têm maior probabilidade de desenvolver o Alzheimer que também está em ascendência. Hoje são cerca de 35 milhões no mundo.
Por que a diabetes pode estar relacionada com essa forma de demência?
Apesar de não se ter total compreensão do mal, acredita-se que o vilão ou vilã da história parece ser uma proteina chamada beta-amilóide, que forma placas e leva os neurônios à morte, causando a perda de memória e funções cognitivas do portador. Mas, pergunta-se: o que isto tem a ver com o hormônio insulina que 'queima' os açúcares. Sabemos, hoje, que a insulina desempenha várias tarefas no cérebro como regulação de neurotransmissores, que leva o sinal químico de um neurônio ao outro, ajuda na obtenção de energia de certas células do cérebro,( hipocampo), crescimento de vasos sanguíneos etc. Quando se retira esse hormônio do órgão nota-se o comprometimento da memória espacial.
Então, respondendo à pergunta acima: 
Há evidências de que a mesma enzima que corta a beta-amilóide faria o mesmo com a molécula de insulina, mas quando há muita insulina no cérebro, devido a fabricação em demasia pelo pâncreas, resultante da má dieta, possivelmente a enzima dá preferência a 'cortar' insulina em detrimento da beta-amilóide. Esta se acumula formando placas que resulta na degeneração dos neurônios. 
O lado positivo do Alzheimer ter semelhança com a diabetes é que a doença poderá ser tratada com os mesmos meios que se trata a diabetes. Cerca de 100 pacientes com Alzheimer que receberam por 4 meses insulina via nasal mostraram melhoras nas funções cognitivas em testes de memórias. Há muitos artigos mostrando que diabetes e Alzheimer podem ser minimizados com uma boa dieta e exercícios físicos. Por este motivo é importante priorizar uma reeducação alimentar, evitando assim o enorme sofrimento pessoal e custos sociais gigantescos, que nos Estados Unidos chegou a 130 bilhões de dólares no ano passado com pacientes com mal de Alzheimer.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

ENVELHECIMENTO - Velho cuidando de velho

De acordo com as estatísticas, um em cada dez pessoas no mundo está na faixa dos 70 anos. Já é comum vermos, nas clínicas, idosos de 60 anos ou mais, cuidando de familiares, ( pai, mãe e até mesmo parentes) com  mais de 90 anos. A profissão de cuidadores de idosos, mesmo sem grandes preparos,  está crescendo, e os que podem pagar optam por este recurso.  Aqui no Brasil, com este sistema de saúde público deficiente, o aumento de expectativa de vida não alegra ninguém. Os planos de saúde privados, além de caríssimos não gosta de velho. Fazem uma série de restrições para aprovar um candidato idoso no sistema. 
O SUS, (Sistema Único de Saúde) com seus hospitais públicos mal geridos e profissionais da área mal remunerados, deixa muito a desejar. Mas podemos dizer que "ruim com ele pior sem ele". Onde o pobre iria se consultar, mesmo tendo que esperar uma vida para ser atendido?

Diz a lei:  
"Através do Sistema Único de Saúde, todos os cidadãos têm direito a consultas, exames, internações e tratamentos nas Unidades de Saúde vinculadas ao SUS da esfera municipal, estadual e federal, sejam públicas ou privadas, contratadas pelo gestor público de saúde.
O SUS é destinado a todos os cidadãos e é financiado com recursos arrecadados através de impostos e contribuições sociais pagos pela população e compõem os recursos do governo federal, estadual e municipal.O setor privado participa do SUS de forma complementar, por meio de contratos e convênios de prestação de serviço ao Estado quando as unidades públicas de assistência à saúde não são suficientes para garantir o atendimento a toda a população de uma determinada região".

Vemos aí que, na teoria, é um plano maravilhoso. Copiado até por países de primeiro mundo, como Inglaterra e Canadá. Só que lá a coisa funciona, porque esses países aplicam, pelo menos, 10% do seu PIB em saúde, enquanto o Brasil apenas 3,6%. Junta-se a isto o agravante descaso com a educação. A ignorância e falta de informação está por trás deste caos. O pobre é ludibriado e acha que realmente ascendeu à classe média. Pergunto: Como é possível uma família ser considerada classe média só porque sua renda familiar subiu para 2.000 reais? Tem faculdades que cobram muito mais que isto em suas mensalidades. Mas a classe C acredita que pode agora financiar carro com taxas de juros mais baixas em 36 meses ou mais. Que sua dívida no cartão de crédito pode ser dividida em infinitas prestações. Educação e saúde só se lembram que é deficiente na hora que precisam de uma matrícula em escolas públicas e não acham vagas. Ou quando alguém morre nos corredores dos hospitais públicos.
Falando assim até parece que estou misturando alhos com bugalhos, já que o assunto é envelhecimento do país. Mas não. Ficar velho neste país, mesmo com uma aposentadoria, não garante uma boa qualidade de vida. A falta de educação leva à falta de informação e desemprego que leva à falta de saúde. Sabemos que a obesidade está aumentando no país, e isto leva a consequências graves como diabetes, pressão alta, etc. e é resultado de desinformação. Dizem que o número de analfabetos diminuiu no Brasil. Ou seja: aumentou o número dos que já sabem juntar B com O e L com A. Mas entender o que leu, que é o principal, não sabem. Como pode o analfabeto funcional entender uma bula, notícias de jornais e revistas para reclamar e reivindicar melhorias no sistema de  saúde pública? Infelizmente esse problema só poderá ser resolvido a longo prazo. Não se cuida do futuro com paliativos tipo cestas básicas e bolsa família. O que urge, no que diz respeito aos órgãos públicos, é uma medida  mais eficaz em saúde voltada para os que já chegaram a tal "melhor idade", para que os sessentões possam acudir os  mais velhos que já estão sofrendo do tal mal de Alzheimer. Ainda falta muito para que o idoso possa ser considerado um cidadão respeitado.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

A IMPORTÂNCIA DOS ARTISTAS

Recentemente testemunhamos cenas de pesar e homenagens a uma das melhores apresentadoras de televisão  brasileira, a nossa Hebe Camargo. Todos os canais exibiram as manifestações públicas dos fans e colegas da apresentadora, independente de ser a emissora contratante ou não. Chamada de rainha,  a qual cabe todos os elogios, seu falecimento   causou consternação pelos quatro cantos do Brasil.  Manifestações assim acontecem quando morre uma personalidade com a popularidade de Hebe. Comoção comparada a de Airton Senna e do presidente Tancredo Neves, que me lembre.
Os artistas são comumente taxados de exibicionistas, vaidosos, criadores de factóides para aparecerem na mídia, que fingem correr  dos paparazes etc.. Mas são eles que tornam a vida mais leve. Imaginem a vida sem a presença deles nas rádios, televisão, cinemas, teatro, circo, literatura, artes plásticas. Imaginem o mundo sem música, sem cantores, sem os atores e atrizes, sem os apresentadores de programas de televisão ou animadores de palco. Pensem num Brasil sem as novelas televisivas, hoje culturalmente assimilada, aliviando as tensões após um dia de trabalho. Há quem diga que novela e futebol são alienantes. Que os problemas do Brasil são esquecidos diante das telas e partidas de futebol. Mas será que eles seriam menores sem o lado prazeroso? Na minha opinião uma coisa não invalida a outra. Podemos sim, nos dá ao luxo de tal lazer. Acho que os artistas exercem uma grande influência na vida das pessoas, porque eles alegram com seu humor, eles passam mensagens, eles contribuem para acrescentar conhecimento, e, muitas vezes nos levam além dos nossos muros.  Eles vivem no mundo da fantasia para alegrar o dia-a-dia dos que são obrigados a enfrentar a dureza da vida real, inclusive deles próprios.

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