Dom Pedro II o Último Monarca sul-americano.
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Dom Pedro II - Foto: reprodução Google. |
A prematuridade de Dom Pedro II pode ser tomada como exemplo.
Desde a infância, a austeridade marcou a
vida de Pedro de Alcântara ( 1825- 1891), filho herdeiro do Imperador Pedro I e
da Imperatriz Leopoldina, primeiros soberanos do Brasil independente.
Pedro de Alcântara viveu separado
de seus pais, como era costume entra as famílias nobres. Quando tinha cinco
anos, duras crises políticas fizeram seu pai abdicar do trono e exilar-se em
Portugal.
A crise econômica que as
campanhas da independência e as guerras externas haviam exacerbado, afeta a
produção de açúcar, tabaco, algodão e couros, que faz a riqueza do país,
fornecedor das potências industrializadas. Dessas indústrias continuamos a
comprar produtos manufaturados, sem conseguir equilibrar a balança comercial
com as nossas matérias primas.
Dom Pedro de Alcântara teria direito
ao trono quando fizesse dezoito anos e deveria ser educado por homens ilustres:
José Bonifácio foi nomeado seu tutor, e eram seus professores homens como Luiz
Alves de Lima e Silva, futuro Duque de Caxias, e Felix Émile Taunay, artista
francês.
Enquanto o Imperador era menor
o país deveria ser governado por Regências. A Câmara e o Senado dividiam- se
entre políticos das facções que depois se aglutinariam nos futuros partidos
Conservador e Liberal. Na verdade essas duas facções representavam uma mesma
elite de fazendeiros, comerciantes, militares e profissionais liberais.
Durante dez anos anos, Pedro de
Alcântara levantava--se às 7 horas em ponto e às 8 almoçava na presença do
médico, que examinava a qualidade, quantidade e temperatura dos alimentos. Em
seguida começavam as aulas.Ao meio dia ele "jantava" assistido
pelo médico, o camarista e a camareira, que deviam entreter conversação, que
versasse sobre objetos científicos e de beneficência. A conversa se prolongava
até às 16.30h no inverno, e até ás 17h no verão. Depois Pedro de Alcântara
fazia passeios a cavalo.
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Fonte: Enciclopédia Nosso Século (1900-1910) |
Em 1840 a Regência atravessava
sérias crises. O descontentamento com o acúmulo de impostos e com a política
centralizadora, que negligenciava os interesses da província, gerou rebelões
regionais, algumas delas de caráter separatista, como a Guerra dos Farrapos, no
Rio Grande do Sul, que se prolongaria por dez anos ( 1835-1845). A elite
perdera a confiança na Regência e essa se viu obrigada a antecipar a maioridade
de Pedro de Alcântara, que contava então com 15 anos de idade.
Começa, então, o Segundo
Reinado. Aos poucos a economia do Brasil fazia
progressos, pois o café cultivado no sul tornava-se o principal produto de
exportação do país suplantando as lavouras decadentes de cana e algodão.
Prudente
e austero desde muito jovem Dom Pedro ll empenhou~se em conciliar os interesses
da elite. Adepto de rígida disciplina perseguia os políticos acusados de “conduta
moralmente irregular”
Considerava-se
funcionário público número 1 do Brasil, cumprindo com zelo suas obrigações
burocráticas. Nas horas vagas dedicava-se à leitura ganhando fama de erudito e
protetor de artistas e intelectuais, correspondendo-se no exterior com
personalidades importantes como Pasteur e Wagner.
Preferindo "governar e não reinar", Dom Pedro II amparou-se num regime parlamentar inspirado
nos moldes ingleses. O imperador nomeava o Conselho de Ministros, e este escolhia
o Ministério, compondo o Poder Executivo. Nas eleições, restringindo o direito
de voto e recorrendo à fraude, as elites agrárias compunham a Câmara, que
desempenhava - junto com o Senado vitalício - o Poder
Legislativo. Quando havia divergência
entre o Gabinete e a Câmara o Imperador dissolvia-os, exercendo o poder
moderador.
Revezando
gabinetes moderados de conservadores e liberais reinou por quase cinqüenta anos.
A relativa estabilidade de seu governo só seria abalada na década de 1870,
quando o país começou a sentir os efeitos da Guerra do Paraguai. Os seis anos
de guerra aumentaram vertiginosamente a divida externa para com a Inglaterra
fornecedora de armas e capitais para os combatentes. Preso a essa divida e corroído
por crescente inflação, o Império brasileiro não teria mais real estabilidade
econômica.