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O antigo Sobrado onde morei. Hoje sede de Maçonaria. |
Um belo dia esqueceram o socavão do andar de baixo aberto e, eu ainda bem pequena, fui curiosamente espiar o que tinha dentro. Foi então que um de meus irmãos, já maior, fechou a porta. Nunca me esqueci daquele breu que se formou na minha frente, acho até que foi o próprio que abriu a porta propositadamente. Quando comecei a gritar ele me deixou sair senão ele é que iria pro castigo.Fiquei parada na porta espiando o vão escuro cheio de tralhas, que deveriam ser mais velhas que eu na época. Pé de cadeira, esteira, gaiola, banco, cabeceira velha de berço, e até penico, que minha avó chamava de urinó, tudo amontoado. Depois deste episódio não mais me interessei em espiar o socavão e nem chegava muito perto. Mas continuei com toda aquela tralha na cabeça até adulta. De vez em quando , sempre que tenho algo sem serventia, não só no plano material como no espiritual, lembro desses socavões Tudo que me atrapalha empurro para o socavão da vida, tranco, aguardo uns tempos, e se não valer a pena me desfaço. Ou piso com cuidado,quando quero evitar um desmoronamento de teto.
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