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segunda-feira, 5 de junho de 2023

Conheça o caso do escritor Aleksandr Solzhenitsyn, crítico de Stálin

 

Fonte: © 2023 Terça Livre | Artigo 220 

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TERÇA LIVRE JUN 2

Allan dos Santos

Aleksandr Isayevich Solzhenitsyn foi um renomado escritor e historiador russo. Ele nasceu em 11 de dezembro de 1918, em Kislovodsk, Rússia, e faleceu em 3 de agosto de 2008, em Troitse-Lykovo, Rússia.

Até a Segunda Guerra Mundial estourar, ele serviu no Exército Vermelho e inclusive condecorado com a Ordem da Coragem. Permaneceu no cargo até fevereiro de 1945, quando foi preso e enviado para um campo de trabalho forçado, sob a acusação de escrever cartas (mensagem privada da época como e-mail de hoje ou o WhatsApp) que continham “comentários desrespeitosos” sobre Stalin e o regime da URSS, além de ter feito comentários negativos sobre a condução da guerra. Essas atividades foram consideradas contrárias aos interesses do Estado e o levaram a um campo de trabalho forçado no Cazaquistão.

Conhecido por suas obras literárias que expõem e criticam o sistema totalitário soviético, Solzhenitsyn deixou a Rússia em 12 de fevereiro de 1974, depois de ter sido preso, despojado de sua cidadania soviética e deportado com sua esposa e filhos, passando a morar em Genebra, Suíça. Um ano depois, ele visitou os Estados Unidos pela primeira vez. Seu exílio começou quatro anos depois de receber o Prêmio Nobel de Literatura, quando o governo soviético negou-lhe permissão para receber o prêmio pessoalmente. Embora lhe tenha sido negada a permissão para aceitar o Prêmio Nobel pessoalmente, seu texto de aceitação foi divulgado pela Fundação Nobel em agosto de 1972.

Solzhenitsyn passou oito anos em vários campos de trabalhos forçados da Sibéria. Em um desses campos no Cazaquistão, ele desenvolveu câncer. Após completar sua sentença de oito anos, foi exilado no sul do Cazaquistão, onde passou três anos ensinando matemática e física e escrevendo secretamente. Mas no final de 1953, à beira da morte de câncer, ele foi autorizado a ir a Tashkent, Usbequistão, para tratamento.

Em 18 de abril de 1956, Solzhenitsyn foi libertado da prisão e voltou à profissão de professor de física. Ele continuou escrevendo secretamente, descrevendo sua experiência nos campos de tortura. Então, em 1962, ele foi autorizado a publicar seu primeiro livro, “Um dia na vida de Ivan Denisovitch”.

Seu livro “Para o Bem da Causa” foi extraído de jornais literários soviéticos, mas ele e sua obra anterior foram atacados quando o “degelo” de Khrushchev terminou e ele foi expulso da União dos Escritores Soviéticos. Ele era livre para ensinar física, mas não existia como escritor.

Ele continuou a escrever seus livros: “Cancer War”, “First Circle”, “August 1914”, “Candle in the Wind”, “We Never Make Mistakes” e o mais famoso entre eles: “The Gulag Archipelago”. Todos essas obras foram amplamente aclamadas no exterior, enquanto eram vistos na Rússia apenas na forma de manuscrito ilegal.

O livro “Arquipélago Gulag”, publicado em 1973, é a uma obra extensa de investigação e exposição dos campos de trabalho forçado e do sistema repressivo da União Soviética sob o regime de Josef Stalin. Soljenítsin, um escritor e dissidente político russo, foi preso e enviado para um campo de trabalho em 1945, experiência que o inspirou a escrever sobre o sistema de gulags. "Arquipélago Gulag" é considerado uma importante obra literária e um testemunho fundamental sobre os abusos e violações dos direitos humanos cometidos pelo Estado soviético.


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