Fonte: Reprodução: Correio 24h
Se você já passou pela orla da Ribeira, com certeza viu um casarão com gradil de ferro e deve ter admirado. O que talvez não saiba é que a mansão se chama Solar Amado Bahia, pertenceu à família de mesmo nome e foi inaugurada em 1904. Essa é apenas uma das construções espalhadas pela cidade que se destacam, seja pela imponência, pela riqueza arquitetônica ou pelo valor histórico.
Se você já passou pela orla da Ribeira, com certeza viu um casarão com gradil de ferro e deve ter admirado. O que talvez não saiba é que a mansão se chama Solar Amado Bahia, pertenceu à família de mesmo nome e foi inaugurada em 1904. Essa é apenas uma das construções espalhadas pela cidade que se destacam, seja pela imponência, pela riqueza arquitetônica ou pelo valor histórico.
O BAZAR foi atrás das histórias de algumas dessas casas e mostra de exemplares centenários a mais recentes. Além da residência do Coronel Amado Bahia, tem a morada do jornalista Odorico Tavares na Barra, o Restaurante Coati, na Ladeira da Misericórdia, e uma casa no condomínio Alphaville, exemplo da arquitetura contemporânea. Pode entrar, a casa é sua.
O Solar Amado Bahia é sede da Associação de Empregados do Comércio da Bahia, que colocou o prédio para aluguel (Foto: Arquivo CORREIO) |
Solar Amado Bahia
História
O casarão na Ribeira foi inaugurado em 1904 para o casamento de duas filhas de Francisco Amado Bahia, comerciante de carnes que viveu lá com sua família até morrer, em 1924.
Construção
A casa é envolvida em ferro fundido, importado da Inglaterra. Os vidros das portas e janelas são franceses, estilo art noveau. O pé direito é de 4 metros, a planta é colonial e a casa tem um falso porão que serve de respirador, impedindo infiltração. As paredes e o teto são pintados à mão. Em algumas foi usada uma técnica conhecida como escaiola, que imita mármore. “Ela foi a primeira casa a ter luz de carbureto no estado, numa época em que não havia eletricidade”, destaca a graduanda em Arquitetura Karine Mamona Queiroz, que estuda a mansão.
Doação
Em 1949, o Solar foi doado à Associação de Empregados do Comércio da Bahia, que funciona lá. O prédio e seu mobiliário foram tombados pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Aluguel: cerca de R$ 20 mil.
Assinado pela arquiteta italiana Lina Bo Bardi, em argamassa armada, o complexo foi parte de um projeto de revitalização do Centro Histórico (Foto: Angeluci Figueiredo) |
Restaurante Coati
História
Construído em 1987, com projeto da arquiteta italiana Lina Bo Bardi, a convite do então prefeito Mário Kertész, como parte de um projeto de revitalização do Centro Histórico. É gerido pela Fundação Gregório de Matos.
Arquitetura
Se destaca pelo uso de argamassa armada, feita por Lelé, arquiteto da Rede Sarah e das secretarias do CAB. “O desenho é diferenciado. Linhas orgânicas envolvem uma árvore e as janelas são buracos”, conta Renato Anelli, diretor do Instituto Lina Bo e P. M. Bardi.
Atualmente
Rola uma ocupação artística. “O projeto busca encontrar locais interessantes e em desuso”, diz Mayra Lins, uma das curadoras. Há exposição, palestras e oficinas até a primeira semana de junho, de terça a domingo, das 15h às 19h.
A construção de Diógenes Rebouças sobrevive em meio aos prédios que ocupam o Morro do Ipiranga, na Barra (Foto: Angeluci Figueiredo) |
Casa de Odorico
História
Construída em 1956, tem projeto do arquiteto Diógenes Rebouças e serviu de moradia para o jornalista e colecionador de artes Odorico Tavares.
Arquitetura
Fica no Morro do Ipiranga, na Barra, região onde morava a elite baiana nos anos 1950. Tem fachada simples e cresce para baixo em três pavimentos por estar em região de declive. “Apresenta venezianas de madeira e pastilhas, o que era comum na década e faz referência à arquitetura colonial, com uso de telha cerâmica”, explica Nivaldo Andrade, professor da faculdade de Arquitetura da Ufba. A sala principal tem pé direito duplo.
Situação
A casa ainda pertence à família e a região é ocupada por condomínios de prédios de apartamentos.
A excêntrica Casa Fusão foi inspirada em uma escultura e revela a ideia da arquitetura moderna de tentar quebrar com o rigor (Foto: Nivaldo Andrade/Divulgação) |
Casa Fusão
História
A casa foi concluída em 2010 e tem esse nome por ser inspirada em uma escultura. “É um elemento que atravessa outro elemento”, diz Nivaldo sobre o conceito.
Arquitetura
“Ela chama atenção por sua singularidade. De ortogonal (ângulos retos) ela não tem nada. Tem caixas tortas, janelas recortadas de forma irregular e algumas partes em balanço (sem apoio)”, explica. A arquiteta Naia Alban, responsável pelo projeto, usou no acabamento materiais como pedra, concreto, aço, madeira e porcelanato.
Quebra
Nivaldo conta que a construção reflete o momento da arquitetura. “Desde os anos 1980, há uma crítica ao rigor e se busca a ironia e a pluralidade”, finaliza.
Reprodução: Correio 24h
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