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Melhoramento físico e cognitivo dos humanos por meio de
novas tecnologias.
É o movimento que defende que a forma atual do ser humano
não representa o fim do nosso desenvolvimento, mas sim uma fase relativamente
precoce. Ou seja, assim como usamos métodos racionais para melhorar as
condições sociais e o mundo externo, também podemos utilizar novas tecnologias
para o melhoramento físico e cognitivo dos humanos, sem necessariamente
estarmos limitados a meios tradicionais como educação e desenvolvimento
cultural.
Os bioconservadores, que se opõem aos transumanistas, acham
que isto é uma nova versão da eugenia, movimento
da primeira metade do século 20, que procurava a melhora da espécie humana pela promoção da criação de indivíduos
considerados ‘aptos’, dificultando a de pessoas não dotadas de qualidades ‘positivas’,
como portadores de deficiências físicas e mentais, homossexuais, certas etnias,
entre outros, cujos métodos da prevenção incluíam esterilização compulsória,
abortos forçados, segregação racial, eutanásia e extermínio em massa (com genocídio
de milhões de judeus e ciganos na Alemanha nazista).
Porém, os transumanistas negam essa aproximação com a
eugenia. Eles afirmam que o transumanismo defende os princípios da autonomia do
corpo e da liberdade procriativa e ninguém deve ser forçado a usar qualquer
tipo de tecnologia. Diagnósticos genéticos pré implantação (PGD em inglês) é
uma técnica que permite selecionar embriões que não tenham genes relacionados a
doenças, como, por exemplo, a fibrose cística. Esta é uma aplicação justificada, pois
aumentaria a probabilidade de uma criança ter uma vida saudável e feliz. O filósofo
australiano Julian Savulescu, diretor dos centros de Ética Prática e de
Neuroética da Universidade de Oxford, denomina isso de ‘beneficência
procriativa’. Embora a decisão deva ser dos pais, seria incorreto não tomar precauções
razoáveis para garantir que a futura criança tenha uma melhor vida possível,
assim como seria errado não obter o melhor tratamento para um filho doente.
Mas, existem casos em que o próprio filósofo Savulescu se contradiz, como a
questão das norte-americanas Sarah Duchesneau e Candy McCullogh. Surdas, em
2002 usaram o esperma de um amigo com surdez hereditária para ter um filho
surdo. O filósofo australiano não vê problemas éticos na decisão: “A
beneficência procriativa é um princípio moral que nos diz o que devemos fazer.
Mas a autonomia procriativa é um princípio legal – devemos nos reproduzir
da maneira que desejarmos, desde que não causemos danos a outros”. Embora
considere a surdez como uma deficiência, Savulescu acha que sua opinião não deve ser imposta a outros. Não se pode permitir que pais surdos destruam a audição de seus filhos para torná-los surdos também. Portanto, o problema é complexo.
Outros
problemas que os opositores alegam é o aumento da desigualdade social e
polarização na sociedade. Mas, para o cientista da computação Fábio Gandour, chefe de pesquisa da IBM Brasil, "isso não é tão assustador quanto parece. Seremos mais competitivos no futuro, é certo, assim como é hoje ter um tablet mais novo, e será assim com os implantes". Mas por enquanto o objetivo é a terapia: permitir que as pessoas com deficiências ou doenças degenerativas possam ter uma vida similar a de pessoas sem esses problemas.
Para o físico Luís Alberto Oliveira, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) essas mudanças suscitarão a discussão do que se entende por normalidade: "Num horizonte mais distante nos questionaríamos sobre qual é o limite entre o natural e o artificial". Os desafios éticos dirão se o futuro será bom ou mau.
- Para ler mais http://humanityplus.org/philosophy/transhumanist-faq/
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