Já escrevi a respeito deste assunto neste Blog, " A mentira como estratégia de sobrevivência" - mas vou falar de novo sobre a mentira inspirada na atual conjuntura política brasileira.
Quando eu fazia Pós graduação em Saúde Pública, por algum motivo ligado ao programa, o professor chamou a atenção para as consequências danosas da mentira e da inveja na saúde das pessoas, que não vou detalhar aqui. Então eu abordei a mentira como uma estratégia da sobrevivência citando o exemplo do mimetismo que alguns animais, como o camaleão, usam para se defender dos predadores. Não deixa de ser uma enganação, disse para o professor. E ele aceitou a minha reflexão. A partir daí passamos a discutir o assunto na aula. Mentir muitas vezes salva uma vida. Até mesmo a vacina que damos para simular uma doença e induzir nosso organismo a fabricar um anticorpo, pode ser enquadrada na importância da mentira como sobrevivência. Infelizmente na maioria das vezes as pessoas mentem em benefício próprio em detrimento ou prejuízo do outro. Esta é a mentira que faz mal. Mas se você mente para evitar que o outro sofra é uma mentira do bem. Ensinamos à criança que não se deve mentir, mas somos obrigados a contar mentirinhas para que eles fiquem calmos, se alimentem ou durmam em paz. As estórias da Carochinha são recheadas de mentiras. A mentira dos mágicos diverte a platéia. Mentimos para nós mesmos para aceitar a inevitável morte, acreditando em outras vidas pós morte. Há quem diga que certas verdades doem mais, outros que a mentira dói menos e que a vida é feita de ilusões. Há aqueles que mentem sistematicamente sem prejudicar ninguém, apenas para se inserir em determinados ambientes. São camuflagens para serem aceitos no grupo . Outros fazem tudo isso para darem um golpe. Enfim, a mentira faz parte do cotidiano das pessoas. Atualmente estamos vivendo no Brasil uma situação nunca vista em nossa história, as descobertas de mentiras que trouxeram grandes prejuízos financeiros ao país nos últimos anos, mentiras essas apenas para beneficiar seus atores. São mentiras abomináveis atreladas a corrupção e que precisam ser combatidas com rigor. É inadmissível ouvir um chefe de nação justificar suas mentiras dizendo que em campanha eleitoral se faz o diabo. Isto é passar atestado de enganador.
Se mentira tem pernas curtas pode também se tornar uma bola de neve, pois terá que se inventar sempre outras para justificar a primeira.
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