Em que canto se escondem
os estímulos de outrora,
que me davam motivos de alegria
a toda hora?
Em que campos florescem
as sementes da ilusão
e em que cemitério repousa
o fruto da desilusão?
Em que trecho do caminho
soltaram-se as mãos,
desviaram seus rumos
e mudaram de chão?
Quem salgou a saudade
que invade o espaço
da perdida inocência
ocupada pela ausência?
Onde estão as ausências
senão em mim?
Talvez, quem sabe?
Talvez não haja vento
Talvez a chuva caia
Talvez não haja tempo
Talvez a voz não saia
Quem sabe a raiva passa
Quem sabe a indiferença vença
Quem sabe a alegria se faça
Quem sabe ficar compensa
Alívio
Um tropeço um espanto
Um olhar um encanto
Nas mãos um calor santo
No riso o calar do pranto
Não sou santa
mas me espanto
com tudo que me encanta
Se tropeço no riso
faço calar o pranto
Apreço
Não gosto de adereços
Tenho o que sou
E o que mereço
Minha vida não tem preço
Tem apreço
Se for chocolate amargo
O que ofereço
Quando quente derreto
Frio endureço
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