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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Apressar a morte dos idosos é querer esvaziar o mundo.

Não podia deixar de comentar a respeito deste episódio.

Sempre ouvi falar que a velhice no Japão e na  China era sinônimo de sabedoria e respeito e, por este motivo, fiquei surpresa com a declaração, infeliz, do ministro das finanças do Japão Taro Aso, quando ele sugere que os velhos devem apressar a morte para diminuir as despesas com a saúde pública. Se isso fosse dito aqui no Brasil talvez não soasse estranho, visto que o idoso por aqui é tido como um fardo pesado, basta olhar nos asilos a quantidade de velhos abandonados pelos parentes e os maus-tratos que sofrem quando são entregues a "cuidadores. Mudou a cultura oriental japonesa ou mudou o mundo e com isso as relações com o idoso? Bem verdade que a declaração vem de um ministro das finanças e em se tratando de dinheiro e economia a coisa não anda muito bem no cenário global.
A velhice não tem que ser uma tragédia final. O processo traz enriquecimento no terreno da sabedoria e na existência dos que convivem com ela. Convivemos com nossos avós e com eles aprendemos a olhar a vida sob o ponto de vista futuro, aprendendo e reavaliando conceitos e nos posicionando em relação ao tempo. Há pouco tempo escrevi neste blog sobre o arquiteto Oscar Niemeyer, que faleceu aos 104 anos, que para mim é um exemplo do quanto o idoso pode ser importante na transmissão de seus conhecimentos acumulados durante uma longa vida.( postagem de 10/12/2012)

A declaração subjetiva do ministro é um contraponto às idéias contemporâneas relacionadas com o desenvolvimento da ciência tecnológica que prevê a melhoria e duração de vida do homem, prolongando por muito mais tempo e com saúde a sua existência no mundo. Não basta um país crescer financeiramente se a ética e a moral não se compra nem se vende em supermercados. A vida humana não deve ficar só sob os ditames financeiros. Necessário se faz mudar o olhar sobre os mais velhos. Até mesmo a imagem do velho de bengala, nas placas que sinalizam o atendimento exclusivo em espaços públicos, deve ser revista, pois nem todo idoso usa bengala.   

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