A palavra família é originada do latim, famulus, e significa escravo doméstico, termo criado na Roma Antiga usado para classificar um novo grupo social surgido nas tribos latinas, ao serem introduzidas na agricultura e na escravidão legalizada.
Na História da Humanidade ocorreu inúmeras mudanças demográficas e geográficas, resultando numa estrutura familiar existente hoje, com adaptações próprias visando a sobrevivência. Podemos definir família como um grupo de pessoas do mesmo sangue, ou unidas por casamento, adoção. É também uma instituição formada por uma série de pactos aceitas pelos seus membros: afiliação,agregamento, aliança etc. Apesar dela ser resultado e consequência de transformações através dos tempos, é também um agente transformador. Diz-se que a família é uma célula básica ou fundamental de uma sociedade. Ela revela, no seu âmago, o macrossocial onde atua. Cada família tem características próprias, particulares, no âmbito socioeconômico, afetivo-cultural. De acordo com estudos antropológicos e sociopsicológicos, podemos dizer que a estrutura familiar se desenvolveu, se consolidou e se mantém devido exatamente a função e importância de conservar valores, comportamentos, crenças, regras, ações e fundamentações para um convívio entre seres racionais. Mas, todo organismo vivo é mutante e a família pode apresentar situações de harmonia, e também de desarmonia entre seus membros sem que isso seja traduzido obrigatoriamente como um grande problema. Essas oscilações são comuns em qualquer instituição. Porém, essas situações podem desencadear emoções conflituosas trazendo como consequência um desequilíbrio. É muito preocupante quando, numa família, as situações de desarmonias ou conflitos são muito intensas, frequentes e prolongadas, pois isso pode ser traduzido como interações patológicas, e, frequentemente os indivíduos acabam por adoecer. É a família responsável não só pela formação como também pela distorção e deformação de seus membros, que irá demonstrar isso dentro das micro e macroestruturas. A formação de um indivíduo seguro, centrado, atuante com capacidade de discernir e resolver situações de conflitos estressantes, depende de fatores ligados ao vínculo familiar e também social. Famílias desestabilizadoras propiciam processos de desajuste no indivíduo ou no grupo.
Hoje em dia, com o aumento da expectativa de vida, tendo como resultado um aumento do número de idosos e suas consequências na saúde, mas do que nunca faz-se necessário uma família unida e organizada. Na família organizada o grupo todo sente-se responsável e solidário para enfrentar a situação. É claro que diante de uma situação de patologia na família ocorre mudanças significativas nas vidas de seus membros, tendo eles que se adaptar às novas formas de conduzir o dia-a-dia que repercute no estilo de vida de cada um. Mas, quando o individualismo e a falta de união impera alguém vai sair prejudicado.
Infelizmente o convívio em família não é sempre um mar de rosas. É necessário exercer a tolerância, o respeito, o amor e a compaixão para lidar com as diferenças e os conflitos naturais do viver junto. Mas, numa sociedade onde esses valores se deturpam de forma crescente e o individualismo predomina, não é nenhuma surpresa observar que a união familiar também fica comprometida.
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