texto Darcy Brito
Eles ainda estão sendo investigados, mas, suspeita-se, que
seus efeitos no organismo humano seja de importância relevante no que diz
respeito aos danos causados à saúde nas últimas décadas.
O componente tóxico bisfenol
A (BPA) tem sido a substância química de maior produção no mundo, empregado
na fabricação de plásticos, presentes em muitos objetos tipo mamadeiras,
garrafas de água mineral, resinas odontológicas, latas de conserva, tubos para
água, CDs e DVDs, impermeabilizantes de papéis e tintas. Esses materiais ao
sofrer ação de processos físicos ou químicos liberam bisfenol A em alimentos, bebidas e meio ambiente.
Essas substâncias são suspeitas de atuar como hormônios
artificiais ou de interferir no sistema endócrino, levando a doenças e
disfunções em adultos e crianças além de malformações embrionárias. Na mulher a
exposição a substâncias deste tipo é responsável por endometriose e câncer de
útero. No homem pode causar câncer, levar
a impotência, diminuir o desejo sexual, os níveis de hormônio masculino no
sangue e do número de espermatozóide e induzir ao aumento das
mamas(ginecomastia ).Pesquisas feitas nos Estados Unidos mostrou que as
concentrações de BPA, em fluidos corporais humanos, são pelo menos mil vezes
maior que as concentrações necessárias
para a ocorrência dos efeitos em células citados nos estudos científicos. Os
elevados níveis de BPA nos cordões umbilicais, no soro materno durante a
gravidez e no fluido amniótico uterino são bastante preocupantes porque é o
período de maior sensibilidade do feto aos efeitos danosos dos interferentes
hormonais.
Também os ftalatos,
aplicados no PVC e materiais de construção, móveis, roupas,
adesivos, solventes, inseticidas, repelentes e perfumes etc., tem sido usado em
larga escala colocando em risco tanto pessoas como animais domésticos e
selvagens, devido à inalação, ingestão, absorção pela pele, ou, ainda, pela administração
intravenosa, já que bolsas e mangueiras de PVC contendo ftalatos também são usados em clínicas e hospitais, inclusive na
hemodiálise e fornecimento de oxigênio.
Além dessas substâncias citadas temos ainda os alquifenóis ( octilfenol e nonilfenol), matéria
prima muito perigosas, usadas na
fabricação de detergentes, pesticidas, herbicidas, cosméticos, tintas e muitos
outros produtos domésticos.
Apesar de todo esse conhecimento, as restrições legais ao
uso desses produtos na fabricação de plásticos ainda são pequenas. No Brasil a
Anvisa, proibiu em 2011 a fabricação e venda de mamadeiras que contenham bisfenol. A legislação brasileira
estabelece limites de uso de algumas substâncias químicas para fabricação de
embalagens em contatos com alimentos e limites de migração para alimentos
embalados. Mas no que diz respeito aos ftalatos, apenas prevê restrição e não proibição.
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