A máxima de que os opostos se atraem só funciona de verdade no que diz respeito ao magnetismo polar, poder de atração dos magnetos (ímãs). Mas, em se tratando das relações entre humanos, acredito que esta máxima não se aplica como costuma afirmar alguns.
Há alguma naturalidade na sociabilidade? Somos
feitos para conviver, partilhar palavras, espaços, corpos? Enfim,
precisamos do Outro? Ou somos alterfóbicos por natureza, como diz o Doutor
Flávio Paranhos, médico e Mestre em Filosofia, no artigo “Nós” versus “eles”,
na revista Filosofia ciência & vida, em sua coluna sobre Cinema. Neste
artigo ele diz que os humanos dividem o mundo em “nós” e “eles”. O que
concordo.
Acho que os interesses pessoais falam mais alto. As
crianças costumam se identificar facilmente com outras devido aos tipos de
brincadeiras que são universalmente parecidas. Nenhum adulto escolhe, por livre
e espontânea vontade, conviver com outro de interesses totalmente diferentes
dos seus, a menos que haja uma vantagem embutida. Podemos constatar isso na política, através dos partidos; na religião, que tanto conflito traz para alguns países, nas torcidas por determinados times de futebol, nas classes sociais e raciais, (não podemos esquecer do fascismo de consequência catastrófica), e até mesmo no casamento, que geralmente se busca a tal outra banda da laranja, muito difícil de encontrar porque cada um de nós tem suas peculiaridades. Inicialmente tudo é beleza, mas, com o tempo, aflora-se o que não dá mais pra segurar e aí começa o Nós X Eles. Mas não temos culpa, todo esse individualismo tem raízes na evolução dos seres animais, é só olhar para nossos antepassados símios chimpanzés, que se houver necessidade de um equilíbrio socioeconômico ele mata o outro, até do seu próprio grupo. É uma questão de sobrevivência. Mas nós humanos, que fomos dotados de consciência, que nos fez seres morais, temos que aprender a conviver em grupo da melhor forma possível, além de, ao mesmo tempo, controlar os instintos primitivos que geram reações muitas vezes perigosas. Saber em quem confiar ou desconfiar é uma capacidade quase inconsciente e necessária. Existe inicialmente uma aversão por quem não é do grupo, da turma, da mesma religião, etc., mais ou menos severa, mas acho que o ser humano está no mundo para tornar a natureza viável, mais harmônica e diminuir essa guerra de uns contra outros, respeitar os opostos, afinal tudo no cosmo é composto de opostos.
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