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O medo é uma emoção herdada dos primórdios da humanidade, armazenada na mente humana, que se destinava a levar nossos ancestrais a uma decisão sobre o perigo iminente de lutar ou fugir diante de animais selvagens ou fenômenos naturais, para defender a sua própria existência.
Mas com o desenvolvimento da civilização e toda essa complexidade das relações humanas, novos sentimentos de medo se somaram a esse sistema, que infelizmente são responsáveis por numerosas doenças contemporâneas. Hoje em dia se tem medo de sentir medo. Tanto faz se moramos no Brasil ou em outro país como Iraque, Estados Unidos, França, Israel etc. Um morador de favela do Rio pode ter tanto medo de morrer quanto um palestino da Faixa de Gaza ou um iraquiano.
Nos países onde o terrorismo está por todos os cantos, os governos procuram usar de diversos meios para se prevenir de um ataque, embora isso não impeça as pessoas de sentirem medo. Aqui no Brasil, onde a impunidade impera, porque os bandidos são tratados como vítimas, o medo já se transformou em doença do pânico. É comum ouvir pessoas falarem que não saem mais à noite com medo de assaltos. Ou seja, o medo se antecipa ao acontecimento. Não é como sentir medo no momento do perigo como acontecia nos primórdios. Em semáforos muito demorado ou engarrafamento de trânsito ficamos tensos. E o resultado é o enclausuramento das pessoas que se sentem ameaçadas, tolhendo a sua liberdade de ir e vir, além do uso de tranquilizantes para enfrentar o dia a dia.
"Para o sociólogo Zygmunt Bauman, vivemos na era do Medo Líquido, onde reina a ansiedade e o medo de tudo, da violência urbana à perda do emprego ou de pessoas amadas. Assim, conviver em espaços abertos ficou cada vez mais perigoso".
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