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quinta-feira, 26 de março de 2015

SOMOS FINITOS, e daí?


Água Viva -  Foto Google
As pesquisas científicas estão cada vez mais voltadas para o melhoramento da qualidade de vida do ser humano, inclusive com a finalidade de ampliar o seu tempo de sobrevivência. Até aí tudo bem.  Mas já existe a idéia de tornar o homem imortal que só viria a  morrer em caso de acidente grave e que não desse tempo para salvá-lo. Sabemos que já é possível, através de células troncos, fabricar tecidos que uma vez implantados no indivíduo poderá curá- lo de determinadas doenças, como é o caso da diabetes. Ou fabricar órgãos inteiros para serem repostos  em caso de defeitos, assim como acontece com os carros velhos que desgastam com o tempo. O mais interessante é uma pesquisa que estão fazendo, baseado na imortalidade de um tipo de Água Viva, um Celenterado marinho, que habita a parte mais fria dos oceanos, a Turritopsis dohrnii.  Esse tipo só morre sob a ação de algum predador. “Ela vive na forma de água viva, denominada também de medusa, quando adulta. Em um determinado período, que varia de individuo para indivíduo, ela volta para a forma jovem, que é um pólipo ou forma de anêmona - em cativeiro elas efetuam este ciclo em média 5 vezes ao ano”, explica o professor de animais silvestres da faculdade de veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leonardo Bôscoli Lara.  “No caso da água viva, em vez do DNA programar a morte, ele programa a volta dela para o pólipo. É um comando do DNA para essa espécie”, afirma o professor. 
O processo de envelhecimento e morte está registrado no DNA de cada indivíduo. Na morte celular programada ou apoptose, a partir de certa idade, os radicais livres produzidos no próprio metabolismo provocam danos  cada vez maiores nas células, que se deterioram enquanto o envelhecimento progride, culminando na morte. A formação de radicais livres está relacionado com queima de nutrientes e excesso de Oxigênio no organismo. Alimentação excessiva e respiração muito constante e afobada produz radicais livres. Seres que comem pouco e respiram menos intensamente vivem mais.
Mas,  em relação à imortalidade tão almejada pela maioria dos humanos eu pergunto: quais são as vantagens e as desvantagens dessa conquista?atualmente o número de idoso no mundo está aumentando consideravelmente e, mesmo que a qualidade de vida esteja melhorada, isso implica  numa série de problemas socioeconômicos, como previdência, desempregos, planos de saude etc. Também sob o ponto de vista de satisfação pessoal, será que a longevidade ou imortalidade traria felicidade? Não é a certeza da finitude que nos faz buscar a alegria no dia a  dia? De ver  beleza na natureza, de buscar o prazer, de saborear o momento, mesmo com suas contradições e antagonismos? Imaginar  uma vida eterna para mim seria tedioso.
Como diz o filósofo francês André Gorz, (cuja frase me inspirou a escrever esse artigo) : "É preciso aceitar ser finito". 


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