Café Filosófico da CPFL Cultura discute clássicos da literatura
Abertura da temporada 2015 traz uma série de debates sobre oito obras, entre elas "Dom Quixote", "Madame Bovary" e "Hamlet", em março e abril, às sextas-feiras
O Café Filosófico da CPFL Cultura, em Campinas, inicia a temporada de 2015 com um ciclo de palestrasgratuitas sobre oito clássicos da literatura e da filosofia universais. Os encontros vão ocorrer às sextas-feiras dos meses de março e abril. e na quarta, dia 29 de abril, sempre às 19h. A entrada é gratuita e todos os eventos terão transmissão ao vivo no sitecpflcultura.com.br.
Sob a curadoria do professor de História José Alves de Freitas Neto, da Unicamp, o primeiro módulo do ano do Café Filosófico pretende estimular a reflexão sobre o mundo contemporâneo a partir da obra de Maquiavel, Cervantes, Thomas Hobbes, Shakespeare, Flaubert, Jorge Luiz Borges, Mário de Andrade e Clarice Lispector.
Segundo o historiador, a proposta do módulo é permitir que o grande público seja instigado a ler ou reler os clássicos sem se sentir “intimidado”
Entre os palestrantes estarão nomes como José Miguel Wisnik, Leandro Karnal e a historiadora Margareth Rago.
Confira a programação do Café Filosófico - “Os Clássicos da Literatura e o Cotidiano”:
06/03, às 19h - Palestra: "O Príncipe e a Mandrágora de Maquiavel e a capacidade de enganar-se". Palestrante: José Alves de Freitas Neto - historiador e professor da Unicamp
A Mandrágora, obra escrita para o teatro por Maquiavel, aborda as principais temáticas relacionadas ao pensador florentino. Transposta para o campo da vida privada as discussões sobre o cumprimento das normas, a capacidade de burlar regras, a perseguição de objetivos que produzam a glória e as dificuldades morais postas a cada escolha concreta. Num texto ágil e bem humorado, Maquiavel nos adverte sobre nossos limites éticos e sobre a capacidade humana de enganar-se.
A Mandrágora, obra escrita para o teatro por Maquiavel, aborda as principais temáticas relacionadas ao pensador florentino. Transposta para o campo da vida privada as discussões sobre o cumprimento das normas, a capacidade de burlar regras, a perseguição de objetivos que produzam a glória e as dificuldades morais postas a cada escolha concreta. Num texto ágil e bem humorado, Maquiavel nos adverte sobre nossos limites éticos e sobre a capacidade humana de enganar-se.
13/03, às 19h – Palestra: "As Ficções de Borges e os labirintos dos livros e do cotidiano". Palestrante : Julio Pimentel Pinto - historiador e professor da USP
O universo borgeano é o espaço das leituras e releituras, produzindo espaços de um universo que nem sempre pode ser mapeado ou circunscrito a processos históricos e literários. Cada trecho no ato de ler, cada reinvenção é do leitor, mas também dos aspectos que fazemos do universo ao redor pelo qual, por mais que se busque a linearidade, mais encontramos labirintos.
20/03, às 19h – Palestra: "Dom Quixote de Cervantes e a crise dos sonhos". Palestrante: Janice Theodoro - professora da USP e da UNILA
Ser adjetivado como “quixotesco” é um dos motes para pensar as circunstâncias do fidalgo que quer transformar o ideal em realidade. A força imaginativa é confrontada e representada como loucura. O traço heroico e idealista é um espaço para humanizar-se e para descobrir outros aspectos da vida cotidiana e as crises que enfrentamos na capacidade de ousar diante da realidade que se impõe.
27/03, às 19h – Palestra: "Leviatã de Hobbes e as lógicas da força e da punição". Palestrante: Yara Frateschi - doutora em letras e professora de Ética da Unicamp
A descrição da guerra total, do enfrentamento entre sujeitos e a adesão a um modelo de governo que tem em suas mãos a espada e o báculo, o poder militar e o religioso, para assegurar o direito à vida é um aspecto que nutre soluções imediatas e de apelo ao rigor da punição nos tempos atuais. O modelo da relação entre indivíduo e Estado é marcado pela ausência da sociedade como corpo constitutivo e, ao mesmo tempo, problemático e de difícil harmonização. A questão a ser enfrentada é: por mais que se critique a lógica da força do Estado, não existe um sentimento latente para que ele puna e castigue o outro e seus comportamentos diferentes?
10/04, às 19h – "Palestra: Madame Bovary de Flaubert e as tiranias da intimidade". Palestrante: Margareth Rago - historiadora e professora da Unicamp
Madame Bovary, polêmico romance de Gustave Flaubert, publicado em 1857, problematiza o incômodo da mulher burguesa em relação ao confinamento na esfera da vida privada e ao ideal de abnegação e total dedicação à vida familiar. Desconfortável nessa situação que considera monótona, entediante, Emma Bovary busca saídas na leitura e na experiência do adultério, transgredindo a moral sexual de sua época e desafiando a ideologia da domesticidade, que se impõe, na Europa, desde o início do século XIX, legitimada pelo discurso científico da Medicina e pela religião.
17/04, às 19h – "Palestra: A legião estrangeira de Clarice Lispector e o efeito do estranhamento".
Palestrante: Noemi Jaffe - escritora e crítica da Folha de S. Paulo
O encontro com Clarice vai além do ato da leitura: sua narrativa desestabiliza o leitor, provocando reações diversas na esfera psíquica. A proposta aqui é compreender não apenas os contos, seu estilo e seus símbolos, tão próprios da autora, mas a reação que eles causam em cada um de nós, ao se aproximar ou talvez se distanciar tanto de nossas vidas e conflitos cotidianos.
24/04, às 19h – "Palestra: Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco". Palestrante: Leandro Karnal - historiador e professor da Unicamp
Hamlet é aquele personagem capaz de refletir sobre si próprio, na interação com os outros. A partir daí, modifica sua maneira de pensar e de agir. Hamlet expõe um conjunto de valores marcado pela ironia e pela inteligência apaixonada e nos lança num simulacro de dilemas sobre o que somos.
29/04 (quarta-feira), às 19h – Palestra: "Macunaíma de Mário de Andrade e o enigma do herói às avessas". Palestrante: José Miguel Wisnik - doutor em teoria literária e professor da USP
Vista superficialmente ora de modo positivo, ora negativo, a figura de Macunaíma é de uma ambivalência profunda e agônica no pensamento e no sentimento de Mário de Andrade. O herói sem nenhum caráter (termo complexo que tem aqui mais de um sentido) está ligado às agruras de um país que, se se moderniza, deixa de ser Brasil, e que, se continua a ser Brasil, não se moderniza. Para além disso, o dilema se coloca no quadro mais geral de uma reflexão fabulosa sobre o mal estar na civilização.
O universo borgeano é o espaço das leituras e releituras, produzindo espaços de um universo que nem sempre pode ser mapeado ou circunscrito a processos históricos e literários. Cada trecho no ato de ler, cada reinvenção é do leitor, mas também dos aspectos que fazemos do universo ao redor pelo qual, por mais que se busque a linearidade, mais encontramos labirintos.
20/03, às 19h – Palestra: "Dom Quixote de Cervantes e a crise dos sonhos". Palestrante: Janice Theodoro - professora da USP e da UNILA
Ser adjetivado como “quixotesco” é um dos motes para pensar as circunstâncias do fidalgo que quer transformar o ideal em realidade. A força imaginativa é confrontada e representada como loucura. O traço heroico e idealista é um espaço para humanizar-se e para descobrir outros aspectos da vida cotidiana e as crises que enfrentamos na capacidade de ousar diante da realidade que se impõe.
27/03, às 19h – Palestra: "Leviatã de Hobbes e as lógicas da força e da punição". Palestrante: Yara Frateschi - doutora em letras e professora de Ética da Unicamp
A descrição da guerra total, do enfrentamento entre sujeitos e a adesão a um modelo de governo que tem em suas mãos a espada e o báculo, o poder militar e o religioso, para assegurar o direito à vida é um aspecto que nutre soluções imediatas e de apelo ao rigor da punição nos tempos atuais. O modelo da relação entre indivíduo e Estado é marcado pela ausência da sociedade como corpo constitutivo e, ao mesmo tempo, problemático e de difícil harmonização. A questão a ser enfrentada é: por mais que se critique a lógica da força do Estado, não existe um sentimento latente para que ele puna e castigue o outro e seus comportamentos diferentes?
10/04, às 19h – "Palestra: Madame Bovary de Flaubert e as tiranias da intimidade". Palestrante: Margareth Rago - historiadora e professora da Unicamp
Madame Bovary, polêmico romance de Gustave Flaubert, publicado em 1857, problematiza o incômodo da mulher burguesa em relação ao confinamento na esfera da vida privada e ao ideal de abnegação e total dedicação à vida familiar. Desconfortável nessa situação que considera monótona, entediante, Emma Bovary busca saídas na leitura e na experiência do adultério, transgredindo a moral sexual de sua época e desafiando a ideologia da domesticidade, que se impõe, na Europa, desde o início do século XIX, legitimada pelo discurso científico da Medicina e pela religião.
17/04, às 19h – "Palestra: A legião estrangeira de Clarice Lispector e o efeito do estranhamento".
Palestrante: Noemi Jaffe - escritora e crítica da Folha de S. Paulo
O encontro com Clarice vai além do ato da leitura: sua narrativa desestabiliza o leitor, provocando reações diversas na esfera psíquica. A proposta aqui é compreender não apenas os contos, seu estilo e seus símbolos, tão próprios da autora, mas a reação que eles causam em cada um de nós, ao se aproximar ou talvez se distanciar tanto de nossas vidas e conflitos cotidianos.
24/04, às 19h – "Palestra: Hamlet de Shakespeare e o mundo como palco". Palestrante: Leandro Karnal - historiador e professor da Unicamp
Hamlet é aquele personagem capaz de refletir sobre si próprio, na interação com os outros. A partir daí, modifica sua maneira de pensar e de agir. Hamlet expõe um conjunto de valores marcado pela ironia e pela inteligência apaixonada e nos lança num simulacro de dilemas sobre o que somos.
29/04 (quarta-feira), às 19h – Palestra: "Macunaíma de Mário de Andrade e o enigma do herói às avessas". Palestrante: José Miguel Wisnik - doutor em teoria literária e professor da USP
Vista superficialmente ora de modo positivo, ora negativo, a figura de Macunaíma é de uma ambivalência profunda e agônica no pensamento e no sentimento de Mário de Andrade. O herói sem nenhum caráter (termo complexo que tem aqui mais de um sentido) está ligado às agruras de um país que, se se moderniza, deixa de ser Brasil, e que, se continua a ser Brasil, não se moderniza. Para além disso, o dilema se coloca no quadro mais geral de uma reflexão fabulosa sobre o mal estar na civilização.
Serviço:
Café Filosófico - “Os Clássicos da Literatura e o Cotidiano”
Local: Instituto CPFL Cultura. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1.632, bairro Chácara Primavera – Campinas.(19) 3756-8000
Datas: sextas-feiras de março e abril e quarta, dia 29 de abril
Horário: 19h
Entrada: gratuita (por ordem de chegada, recomenda-se estar no local a partir das 18h)
Classificação: não recomendado para menores de 14 anos
Fonte: assessoria de imprensa
Local: Instituto CPFL Cultura. Rua Jorge Figueiredo Corrêa, 1.632, bairro Chácara Primavera – Campinas.(19) 3756-8000
Datas: sextas-feiras de março e abril e quarta, dia 29 de abril
Horário: 19h
Entrada: gratuita (por ordem de chegada, recomenda-se estar no local a partir das 18h)
Classificação: não recomendado para menores de 14 anos
Fonte: assessoria de imprensa
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