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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

A visita que sempre pensamos em adiar


Texto Darcy Brito
foto Google


Já faz algum tempo que eu quero escrever sobre um assunto que a maioria das pessoas, para não dizer todas, não gosta de falar. Se você pensou em morte, acertou. Ninguém gostaria de receber essa visita, mas sabe que, mais dia menos dia, ela virá. Não só para você, mas para todo ser vivo. Ainda bem, porque se somente alguns morressem e outros não, aí sim caberia a pergunta -"por que eu? Também acho que a ideia de vida eterna seria angustiante, mesmo se  não houvesse sofrimento. Entretanto gostaríamos que a vida durasse bem mais. Para alguns cientistas, o ser humano foi programado para viver 120 anos, ou mais, com saúde, mas isso ainda não é regra. Mesmo assim a vida seria curta. Admitir que a média de vida varia entre 75 e 80 anos não é nada agradável, porque temos a sensação de que ela passou muito rápido, sem que tenhamos concluído nossos planos e sonhos. A morte é o pano de fundo de todas as angústias e insatisfações, mas, ao mesmo tempo, é a sua certeza que nos faz viver, de buscar a felicidade a todo momento, de querer lutar para adiar ao máximo o dia em que não estaremos. Já dizia o filósofo grego Epicuro (341 a.C -270 a.C.) "Onde a morte está eu não estou". Por isto, a morte de um ente querido me incomoda mais que a minha  própria morte. É muito doloroso se ver, de repente, sem a presença de alguém que tornou a nossa existência mais feliz, e, muito pior, só perceber isso após a morte desse alguém. Costuma-se dizer - coitado, descansou! - sobre alguém que morre após um longo período de sofrimento. Mas se esse alguém nunca teve uma ajuda enquanto sofria, fica aquele sentimento de culpa, não pela morte em si, mas pelo que se poderia ter sido feito, pelo carinho que faltou, e a última lembrança perdida no tempo. A morte é sempre chocante, mesmo quando esperada. Mas há mortes e mortes. Há pessoas que precisam morrer para que outra ou outras possam viver. É o caso daquelas que põem em risco a vida do próximo. Atualmente a morte está se tornando tão banal, como vemos diariamente nos noticiários sobre violência, que sair vivo de um assalto é como  nascer de novo. Mas, se o bandido é morto damos graças a Deus. Morrer é permitir a renovação da vida, é dá lugar para que outros ocupem o seu lugar no mundo. É do  fundador da Apple, Steve Jobs, morto em outubro de 2011, a seguinte frase:  "A maior invenção do mundo não é a minha tecnologia! É a morte! pois através dela, o velho sempre dará lugar para o novo!

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